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Caso Mariana

Vítimas de Mariana são orientadas a não assinar acordos no Brasil

Escritório inglês aconselha vítimas do desastre a não assinarem acordos no Brasil sem orientação jurídica adequada, alertando sobre riscos em negociações paralelas.

Da Redação

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Atualizado às 11:10

Nesta semana, o ministro Flávio Dino, do STF, concedeu parcialmente uma liminar em ação do Ibram - Instituto Brasileiro de Mineração, impondo restrições a municípios que firmaram contratos com escritórios de advocacia estrangeiros para litigar em tribunais fora do Brasil. A decisão determina que os municípios apresentem os contratos firmados e se abstenham de efetuar pagamentos de honorários vinculados a cláusulas de êxito sem a autorização do STF ou de outras instâncias do Estado brasileiro.

A medida surpreendeu o escritório Pogust Goodhead, que conduz o processo do caso Mariana no Reino Unido. Em reunião com representantes dos atingidos pelo desastre, o líder do escritório inglês abordou a possibilidade de a mineradora BHP, ré no processo, chegar a um acordo logo no início do julgamento, com a perspectiva de que a compensação seja paga ainda este ano.

O advogado destacou que o melhor cenário seria a BHP concordar com um acordo rápido, o que possibilitaria o pagamento das indenizações até o Natal. No entanto, ele alertou que, no pior cenário, o processo poderia se arrastar por anos, aumentando os custos da mineradora devido a juros e pressões de acionistas.

O advogado também reforçou a importância de os atingidos não assinarem documentos sem a devida orientação jurídica, alertando sobre os riscos das negociações feitas no Brasil supostamente sem a participação efetiva das vítimas.

 (Imagem: Freepik)

Escritório inglês pede que vítimas não assinem acordos no Brasil.(Imagem: Freepik)

A reunião trouxe ainda informações sobre como os atingidos poderão acompanhar o julgamento, que começará em 21 de outubro. O escritório se comprometeu a disponibilizar transmissões ao vivo para que os interessados possam acompanhar, em tempo real, os depoimentos de executivos da BHP e especialistas brasileiros.

Por fim, o advogado afirmou que, caso a BHP não avance com um acordo, o escritório está preparado para solicitar um pagamento interino em 2024, antecipando parte da compensação devida. Segundo ele, essa medida visa assegurar justiça e transparência, uma vez que as vítimas seguem excluídas das negociações em curso no Brasil, sem clareza sobre os valores ou os termos propostos.

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