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Gramática

Advogado refere-se ao ministro Schietti como "saudoso"; está errado?

Uso do termo "saudoso" é geralmente aplicado a pessoas falecidas.

Da Redação

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Atualizado às 11:13

Na sessão da 6ª turma do STJ realizada nesta terça-feira, 15, o advogado que realizava sustentação oral referiu-se ao vivíssimo ministro Rogerio Schietti como "saudoso ministro Rogerio Schietti".

A fala gerou incômodo, e é considerada controversa. Afinal, o termo "saudoso" pode ser usado para pessoas vivas?

Assista ao trecho:

Em sua essência, a palavra expressa uma saudade ou afeição profunda. Originalmente, "saudoso" era usado para alguém que despertava lembranças carinhosas, independentemente de estar vivo ou não.

Alguns dicionários de língua portuguesa, como o Houaiss e o Michaelis, trazem a definição de "saudoso" como "aquele ou aquilo que deixa saudade", sem necessariamente vincular o termo exclusivamente a pessoas falecidas.

Na prática, por sua vez, a história é outra. Com o tempo, o uso passou a ser comumente associado a alguém falecido, provavelmente por causa do sentido de perda definitiva e do respeito póstumo. O uso mais comum e consolidado é, portanto, associado a pessoas falecidas, especialmente em contextos formais.

Para evitar mal-entendidos, o conselho migalheiro é:  use termos como "querido," "recordado," quando se trata de alguém que ainda está conosco, mas ausente fisicamente ou distante. 

"Saudoso", só para quem já bateu as botas.

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