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Caixa de Pandora

Juiz condena ex-governador do DF à perda dos direitos políticos por 12 anos

Segundo MP/DF, José Roberto Arruda fazia parte de um esquema de corrupção com outras lideranças do governo.

Da Redação

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Atualizado às 09:43

O juiz de Direito Daniel Eduardo Branco Carnacchioni, da 2ª vara da Fazenda Pública do DF, determinou a suspensão de direitos políticos por 12 anos do ex-governador José Roberto Arrudapor improbidade administrativa.

Ainda na sentença, foram condenados o ex-secretário de Saúde do DF José Geraldo Maciel; Durval Barbosa; o delegado aposentado da Polícia Civil do Estado, José Celso Valadares Gontijo; e a empresa Call Tecnologia e Serviços.

Com exceção de Durval Barbosa que foi beneficiado pela delação premiada, todos os réus foram condenados também ao pagamento de multa civil no valor de R$ 257 mil e estão proibidos de contratar com o Poder Público por dez anos.

José Geraldo Maciel e José Celso Gontijo tiveram os direitos políticos suspensos por 10 anos.

 (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Justiça condena ex-governador e outros réus por improbidade administrativa.(Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Entenda o caso

Segundo o Ministério Público do DF, os réus faziam parte de um esquema de corrupção no Governo do DF entre 2006 e 2009, envolvendo contratos fraudulentos com a empresa CALL Tecnologia, de José Celso Gontijo, para serviços de call center.

A empresa teria recebido mais de R$ 66 milhões, parte dos quais foi desviada para pagamento de propinas a agentes públicos.

A denúncia foi embasada em depoimentos de Durval Barbosa, que detalhou o esquema criminoso, e em gravações de vídeo mostrando a entrega de dinheiro aos envolvidos.

A defesa dos réus argumentou que as provas, especialmente os vídeos gravados por Durval Barbosa, foram obtidas ilegalmente e manipuladas, comprometendo sua validade.

Decisão

O juiz rejeitou os argumentos das defesas, afirmando que as provas foram devidamente periciadas e consideradas legítimas. Segundo ele, os laudos atestaram que não houve edição ou manipulação nas gravações.

O magistrado também destacou que as evidências e depoimentos confirmaram a participação de Arruda e dos demais no esquema de corrupção. Ele ressaltou que a organização criminosa estava bem estruturada dentro do governo, desviando recursos públicos para pagamento de propinas e benefícios políticos.

Em sua decisão, o juiz afirmou que o diálogo entre Arruda, Durval e Maciel evidenciava o esquema de propinas, com Arruda assumindo o papel de líder e determinando como os recursos seriam distribuídos.

O processo tramita sob segredo de Justiça.

Com informações do TJ/DF.

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