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Conheça Simone Veil e Gisèle Halimi, juíza e advogada homenageadas nas Olimpíadas

Suas contribuições à causa feminista e aos Direitos Humanos transcenderam gerações e foram eternizadas por esculturas ao longo do Rio Sena, em Paris.

Da Redação

sábado, 17 de agosto de 2024

Atualizado às 10:05

Os Jogos Olímpicos chegaram ao fim e já deixam saudades. Para aliviar um pouco esse vazio, o Migalhas Cultural destaca dois grandes nomes da história francesa que foram homenageados durante a abertura dos Jogos de 2024: a juíza Simone Veil e a advogada Gisèle Halimi.

Suas contribuições à luta pelos Direitos Humanos e pelos direitos das mulheres foram eternizadas em esculturas às margens do Rio Sena, em Paris. Ambas tiveram um impacto profundo na política e na sociedade francesas, sendo figuras essenciais em importantes avanços históricos na defesa dos direitos das mulheres.

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Simone Veil

Simone Veil foi uma das figuras mais importantes da política e da luta pelos Direitos Humanos na França. Nascida em 1927 em Nice, ela teve uma infância marcada pelos horrores da Segunda Guerra Mundial. Aos 16 anos, foi deportada para o campo de concentração de Auschwitz junto com sua família, onde perdeu seus pais e seu irmão. 

Sobrevivente da guerra, Simone estudou Direito e Ciência Política, tornando-se magistrada. Sua carreira política começou em 1974, quando foi nomeada Ministra da Saúde na França. Em seu cargo, se destacou por ser a principal defensora da descriminalização do aborto no país, sendo responsável pela aprovação da lei Veil, que legalizou o aborto em 1975.

Além disso, foi a primeira mulher a presidir o Parlamento Europeu, de 1979 a 1982, onde continuou sua defesa dos Direitos Humanos e das mulheres. 

Simone Veil faleceu em 2017, aos 89 anos. Em 2018, foi enterrada no Panteão de Paris, um dos maiores reconhecimentos da nação francesa, reservados para seus heróis.

 (Imagem: Artes Migalhas)

Ambas foram homenageadas durante os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.(Imagem: Artes Migalhas)

Gisèle Halimi

Gisèle Halimi foi uma renomada advogada, feminista e ativista franco-tunisiana, conhecida por sua luta incansável pelos direitos das mulheres e contra a opressão colonial. Formou-se em Direito em Paris e iniciou sua carreira como advogada, onde se destacou por seu compromisso com a Justiça Social.

Halimi ganhou notoriedade ao defender militantes argelinos durante a Guerra de Independência da Argélia, opondo-se à tortura praticada pelo governo francês. Sua atuação nesse contexto reforçou sua imagem como uma defensora dos Direitos Humanos e a levou a abraçar outras causas importantes.

Em 1971, Gisèle Halimi fundou a organização feminista "Choisir la Cause des Femmes" (Escolher a Causa das Mulheres), que se tornou uma plataforma poderosa na luta pela legalização do aborto na França. Um de seus casos mais famosos foi o "Processo de Bobigny" em 1972, no qual defendeu uma jovem acusada de aborto ilegal.

O julgamento teve grande repercussão na mídia e foi um marco na mobilização pela descriminalização do aborto, que culminou com a aprovação da lei Veil em 1975.

Além de sua atuação jurídica, Halimi envolveu-se na política, ingressando no Partido Socialista e promovendo causas progressistas, como a descriminalização da homossexualidade e a igualdade de gênero.

Ao longo de sua vida, ela publicou livros e participou de campanhas globais pelos direitos das mulheres e pela justiça social. Gisèle Halimi faleceu em 2020, aos 93 anos.

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