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Imóvel

Compradora será indenizada por propaganda enganosa em venda de imóvel

A autora conta que a proposta apresentava imóvel em condomínio com vagas privativas de garagem. Porém, em 2022, foi informada de que a vaga funcionaria em sistema rotativo.

Da Redação

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Atualizado em 17 de agosto de 2024 08:11

Empresa de empreendimentos imobiliários e construtora foram condenadas a indenizar consumidora por propaganda enganosa relacionada à venda de um imóvel sem vaga exclusiva de garagem. A decisão, proferida pela 3ª vara Cível de Águas Claras/DF, foi confirmada por unanimidade pela 5ª turma Cível do TJ/DF.

Conforme os autos, em abril de 2021, as partes firmaram contrato de compra e venda de imóvel em Novo Gama/GO, no valor de R$ 127.400. A autora do processo afirmou que a proposta inicial incluía um imóvel em condomínio com vagas privativas de garagem. No entanto, em 2022, foi informada de que a vaga seria utilizada em sistema rotativo.

As empresas recorreram, argumentando que o contrato não previa uma vaga de garagem demarcada e privativa e que a informação sobre o uso das vagas estava na convenção do condomínio. Defenderam que o imóvel não foi desvalorizado, uma vez que as vagas de garagem existem, mas não são demarcadas. Afirmaram também que, embora o empreendimento tenha 304 unidades, apenas 207 foram vendidas com o benefício do uso da garagem, e que o contrato não continha cláusulas desproporcionais.

 (Imagem: Freepik)

A autora do processo afirmou que a proposta inicial incluía um imóvel em condomínio com vagas privativas de garagem. (Imagem: Freepik)

O Tribunal de Justiça esclareceu que o contrato firmado entre as partes mencionava uma unidade autônoma e uma vaga de garagem, mas não detalhava que a consumidora poderia acabar sem lugar para estacionar. Além disso, apesar das alegações das empresas de que algumas unidades foram comercializadas sem garagem, nenhum documento foi apresentado para comprovar essa afirmação.

A turma entendeu que houve omissão de informações importantes no contrato, o que causou um erro na percepção dos fatos e nos direitos da consumidora, configurando uma violação às normas do CDC. Assim, a responsabilidade recaiu sobre as rés, pois, além de construir e entregar o empreendimento, também foram responsáveis pela comercialização do bem, integrando a cadeia de fornecimento, conforme concluiu a desembargadora relatora.

A decisão determinou uma indenização correspondente ao valor de uma vaga de garagem, calculado com base no tamanho de 12 metros quadrados, de acordo com o valor do metro quadrado do imóvel adquirido pela autora.

Veja o acórdão.

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