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MP/RJ denuncia delegado por condutas de discriminação e injúria racial

Denúncia relata três episódios em que o delegado mostrou seu desprezo por pessoas pretas ou fez ofensas racistas.

Da Redação

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Atualizado às 16:15

O MP/RJ denunciou o delegado de Polícia Civil Maurício Demétrio Afonso Alves pelos crimes de discriminação e injúria racial. A denúncia descreve três episódios em que ele manifestou, no WhatsApp, desprezo por pessoas pretas ou proferiu ofensas racistas.

Em um dos casos, em outubro de 2018, Demétrio chamou uma delegada aposentada de "macaca" e "criola". Da mesma forma, em 2020, ele usou a expressão "tinha que ser preto" ao se referir ao então ministro da Educação.

Outro episódio ocorreu em março de 2018, quando o delegado ironizou a morte da vereadora Marielle Franco, "que, no contexto do que restou demonstrado com a prova dos autos, assim o fez por preconceito racial, certo que a falecida vereadora era mulher de cor preta", diz a denúncia.

Além da condenação pelos dois crimes, o MP/RJ solicita que o delegado seja condenado a pagar R$ 100 mil pelos danos morais causados à delegada, bem como R$ 100 mil a título de dano moral coletivo.

 (Imagem: Reprodução/TV Globo)

Delegado Maurício Demétrio já foi condenado por obstrução de Justiça.(Imagem: Reprodução/TV Globo)

Condenação

Em janeiro deste ano, o delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, preso desde 2021, foi condenado a 9 anos e 7 meses de prisão por obstrução de Justiça. A pena também inclui a perda do cargo público e o pagamento de 52 dias de multa.

De acordo com a decisão, o delegado elaborou um plano complexo, que envolveu a instauração de procedimentos policiais e administrativos fraudulentos e manipulação da imprensa, entre outras ações.

A decisão também destaca o alto padrão de vida de Maurício Demétrio, com inúmeros registros de gastos com aluguel de mansões, uso de lanchas e viagens internacionais frequentes.

A medida aponta que a culpabilidade do réu é mais elevada, por se tratar de um profissional responsável por investigações de crimes, sendo paradoxal que ele tentasse embaraçá-las.

O policial foi preso enquanto era titular da DRCPIM - Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, acusado de chefiar um esquema de cobrança de propina de lojistas do tradicional comércio de roupas na região serrana do Rio.

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