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Operação Churrascada

Empresário nega envolvimento de desembargador do TJ/SP com venda de sentenças

Apontado como intermediário do esquema, Wilson Júnior afirmou que seu padrasto, Valmi Lacerda Sampaio, "vendia ilusões em nome de Ivo de Almeida, sem este saber de nada".

Da Redação

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Atualizado às 14:38

Um mês após a deflagração da Operação Churrascada, que investiga uma suposta venda de decisões judiciais no gabinete do desembargador Ivo de Almeida, do TJ/SP, o empresário Wilson Vital de Menezes Júnior prestou depoimento à Polícia Federal. Apontado como intermediário do esquema, Wilson Júnior afirmou que seu padrasto, Valmi Lacerda Sampaio, "vendia ilusões em nome de Ivo de Almeida, sem este saber de nada".

Em depoimento nesta segunda-feira, 22, na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal em São Paulo, Wilson Júnior foi ouvido pelo delegado André Luiz Barbieri. O empresário negou ter repassado ao desembargador ou a qualquer funcionário do gabinete pedidos relacionados a processos judiciais. "Nunca entrei nesse assunto com o magistrado", declarou.

A Operação Churrascada foi deflagrada em 20 de junho, sob ordem do ministro Og Fernandes, do STJ. O desembargador Ivo de Almeida, alvo principal da investigação, foi afastado por um ano da presidência da 1ª câmara de Direito Criminal do TJ paulista. Ivo de Almeida, com 66 anos e na magistratura desde 1987, nega qualquer envolvimento com o esquema mencionado nos autos da operação.

 (Imagem: Daniela Smania/TJ/SP)

Desembargador Ivo de Almeida, do TJ/SP.(Imagem: Daniela Smania/TJ/SP)

De acordo com as investigações, Wilson Júnior teria continuado a intermediar a suposta venda de decisões judiciais após a morte de Valmi, seu padrasto, a quem considerava como pai. Os investigadores alegam que o empresário tratou de venda de sentenças até durante a missa de sétimo dia de Valmi.

No depoimento à PF, Wilson Júnior afirmou que "não recebeu ou ofereceu" dinheiro ao desembargador. Ele alegou que "ficava enrolando" o guarda civil metropolitano Wellington Pires, outro investigado na Operação Churrascada, que o procurava para tratar da venda de sentenças. Wilson Júnior disse que agia dessa forma na tentativa de "buscar uma saída à situação que Valmi o colocou".

O empresário declarou que mantinha as tratativas sobre processos no gabinete de Ivo de Almeida sob ameaças de pessoas que não quis nomear. Segundo ele, essas pessoas afirmavam que "se não cumprisse as promessas que Valmi tinha feito, alguma coisa de ruim ia acontecer".

Wilson Júnior informou que o celular que usava para conversar com Wellington Pires e no qual recebia as ameaças foi roubado um mês antes da deflagração da Operação Churrascada. 

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