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Caos aéreo

"Pior de todos", diz advogado de apagão cibernético que cancelou voos

Atualização de um software afetou o sistema operacional Windows, da Microsoft. Para advogado, o apagão desta sexta é o pior de todos os tempos.

Da Redação

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Atualizado às 11:22

Uma falha em atualização de software causou um apagão cibernético de proporções globais nesta sexta-feira, 19. O incidente afetou diversos setores, incluindo aviação, serviços bancários e telecomunicações, em todos os continentes.

O advogado especialista em Direito Digital, Luiz Augusto D'Urso (D'Urso e Borges Advogados Associados), explicou que o sistema Windows da Microsoft foi travando vários sistemas importantes. "Só até então hoje temos quase 100 mil passageiros afetados por cancelamentos de voo desde Hong Kong até os Estados Unidos, passando inclusive pela Europa", ressaltou.

Para o advogado, o impacto é inimaginável, "um dos piores da história relacionados ao Direito Digital e a tecnologia".

"Esta lição que essa história e o que ocorre nos deixa é que nós precisamos descentralizar poder na internet, acabar com esses monopólios. Uma empresa causou tudo isso nesta sexta-feira e diante dessas lições precisamos evoluir o sistema para nos tornarmos cada vez menos dependentes de tecnologia desta forma, para que redundância, backups e a independência com segmentação da internet, seja uma realidade daqui para frente."

A origem do problema foi uma atualização do sistema de segurança cibernética CrowdStrike, que gerou instabilidade em sistemas operacionais Windows, da Microsoft. A falha fez com que computadores em todo o mundo travassem, resultando em cancelamentos de voos, interrupções em transmissões de mídia e problemas em serviços bancários e de saúde.

O presidente-executivo da CrowdStrike, George Kurtz, declarou que a empresa está "trabalhando ativamente com os clientes afetados" para resolver o problema, e a Microsoft confirmou que a falha já foi corrigida.

Impacto ao redor do mundo

Nos Estados Unidos, companhias aéreas como American Airlines, Delta Airlines e United Airlines foram forçadas a suspender voos. Aeroportos em Singapura, Hong Kong, Índia e Europa também sofreram com atrasos e interrupções, precisando realizar check-ins manualmente.

Bancos na Austrália, Alemanha e Brasil, incluindo o Bradesco, alertaram seus clientes sobre a indisponibilidade de suas plataformas digitais. No Reino Unido, sistemas médicos ficaram fora do ar e a Sky News teve que interromper suas transmissões ao vivo.

Especialistas em segurança cibernética destacaram a gravidade do incidente. Ciaran Martin, professor da Universidade de Oxford, mencionou que o evento ilustrou "a fragilidade da infraestrutura central da Internet mundial". Ajay Unni, da StickmanCyber, criticou a situação como um "desastre absoluto" para a segurança de TI.

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