Defensor e procurador questionam abordagem da PM e são presos em MT
DPE afirmou que não tolerará abusos contra seus defensores e PM abriu sindicância contra os policiais envolvidos.
Da Redação
sexta-feira, 5 de julho de 2024
Atualizado às 17:02
Nesta quarta-feira, 3, a PM de Cuiabá/MT deu voz de prisão a um defensor público e a um procurador do Estado que questionaram truculência de policiais ao abordarem homem em um bar.
Segundo informado pelo G1, o defensor público, André Rossignolo, e o procurador do Estado, Daniel Gomes, estavam no estabelecimento quando um homem, seguido por três policiais, entrou pedindo socorro. Os PMs alegaram que estavam perseguindo o suspeito porque ele estaria causando tumulto e assediando mulheres nas proximidades.
Vídeos gravados por testemunhas mostram quando os agentes imobilizaram o homem no chão, enquanto ele gritava que não conseguia respirar.
"Pra quem tá com dó, é só avisar qual é o veículo, que eu levo ele no veículo de vocês", disse o policial, enquanto o defensor público argumentava que o tratamento não deveria ser esse.
Nas imagens é possível notar que outros clientes também questionam a abordagem policial.
Ao se identificar como servidor do Estado, o defensor público (de blusa branca) teve seu celular apreendido e foi algemado e colocado no camburão. O procurador Daniel Gomes (de blusa preta) também foi preso durante a confusão e chegou a ser empurrado por um dos PMs.
Antes de levar os detidos, um policial pergunta: "mais alguém quer ir junto?". Depois, outro aponta para o procurador e diz "você tá preso, se você está junto, está algemado".
Veja a cena:
Ainda segundo o G1, os dois agentes estatais foram liberados, na central de flagrantes, pelo delegado de plantão, que não encontrou evidências de crime. Já o homem acusado de assédio foi levado ao hospital com escoriações no rosto e com o ombro deslocado.
A DPE/MT, em nota, disse estar ciente do caso e que não tolerará abusos contra seus defensores. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes, declarou que a Corregedoria-Geral da PM também está investigando o caso.