PL que veda marco temporal em terras indígenas avança na Câmara
Segundo o relator do novo projeto, Chico Alencar, o PL visa dar segurança jurídica aos direitos indígenas.
Da Redação
quarta-feira, 3 de julho de 2024
Atualizado às 14:36
A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados aprovou o PL 4.566/23, que proíbe expressamente qualquer medida administrativa, legislativa ou judicial que fixe marco temporal para demarcar terras indígenas.
A proposta, de autoria da deputada Célia Xakriabá, também cria o Marco Temporal do Genocídio Indígena, que tem início com a colonização do Brasil em 1500.
O PL 4566/23 já havia sido aprovado pela mesma comissão no ano passado, mas a votação foi anulada pela presidência do colegiado devido a problemas no sistema de deliberação, que impediram a apresentação de emendas ao primeiro parecer do relator, uma exigência regimental.
Favorável ao texto, o relator, deputado Chico Alencar, afirmou que a aprovação não é um "revanchismo" em relação à decisão do Congresso.
"O projeto de lei, em linha com a interpretação constitucional adotada, busca trazer maior segurança jurídica ao direito originário à terra dos povos indígenas, expressamente previsto no artigo 231 da Constituição."
O artigo constitucionalizou o conceito de terra indígena e elencou os direitos dos indígenas sobre ela. Nessa linha, a proposta aprovada define as terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas como aquelas necessárias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
O PL 4566/23 será analisado agora, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, o texto também precisa ser aprovado pelo Senado.