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Liberdade feminina

Espanha autoriza menores de 18 a abortarem sem autorização dos pais

Tribunal Constitucional da Espanha negou recurso impetrado por partido de extrema-direita e manteve decisão em prol da liberdade das mulheres.

Da Redação

terça-feira, 18 de junho de 2024

Atualizado às 15:11

Por 7 votos a 4, o Tribunal Constitucional da Espanha rejeitou um recurso do partido Vox, de extrema-direita, e manteve a decisão que permite que jovens de 16 e 17 anos realizem aborto sem a necessidade de autorização dos responsáveis. A decisão ocorreu nesta terça-feira, 18.

Para maiores de 18 anos, não é necessário consentimento, enquanto menores de 16 podem recorrer à Justiça para interromper uma gravidez sem a autorização dos responsáveis.

Entenda o caso

Em 2023, o Parlamento espanhol realizou atualizações na lei do aborto, permitindo que adolescentes de 16 e 17 anos façam abortos sem o consentimento dos pais ou responsáveis. O partido Vox contestou essa permissão, alegando que a medida violava vários princípios constitucionais, incluindo os de liberdade, pluralidade e legalidade.

Ao julgar o recurso, os juízes negaram o pedido da Vox, afirmando que a determinação está alinhada à doutrina da Justiça espanhola, que reconhece o direito da mulher de decidir sobre a continuidade da gravidez.

 (Imagem: Freepik)

Justiça da Espanha autoriza menores de idade a abortarem sem autorização dos responsáveis.(Imagem: Freepik)

Aborto na Espanha

Na Espanha, o aborto foi legalizado em julho de 1985, quando a primeira lei determinou a interrupção da gravidez nos casos de estupro, até 12 semanas; para evitar riscos à saúde da gestante, sem limite de semanas; ou se o feto apresentasse graves doenças físicas ou mentais, até as 22 semanas.

Em julho de 2010, com a nova lei de saúde sexual e reprodutiva, o aborto passou a ser permitido em qualquer circunstância até as 14 semanas, desde que a mulher fosse informada sobre seus direitos e os suportes oferecidos pelo Estado, caso optasse por manter a gravidez.

No entanto, em 2015, a exigência de permissão dos pais foi introduzida por lei, uma exigência que foi revogada oito anos depois, em fevereiro de 2023. No ano passado, a última reforma da lei do aborto foi realizada no país, na qual legalizou aborto para meninas de 16 e 17 anos sem autorização dos pais e simplifica burocracia para pessoas trans.

O partido Vox impetrou recurso, mas a tentativa foi negada agora pelo Parlamento.