Caso Marielle: Juiz condena ex-PM e advogada por atrasarem investigação
Relatório da PF apontou que o ex-PM, Rodrigo Ferreira, mentiu ao acusar Orlando Curicica e Marcello Siciliano pelo assassinato de Marielle. A advogada Camila Nogueira teria articulado as falsas imputações.
Da Redação
quinta-feira, 30 de maio de 2024
Atualizado às 10:36
O ex-policial militar Rodrigo Ferreira, conhecido como Ferreirinha, e a advogada Camila Nogueira foram sentenciados, pela Justiça do Rio de Janeiro, a quatro anos e meio de prisão em regime fechado por obstrução de Justiça no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018.
A decisão foi tomada após um relatório da PF ter apontado que Ferreira mentiu ao acusar o miliciano Orlando Curicica de ter planejado o assassinato com o então vereador Marcello Siciliano. A advogada foi condenada por ter articulado para que Ferreira prestasse as falsas imputações.
De acordo com a PF, Ferreira havia trabalhado como segurança de Curicica e temia ser morto após romper com a milícia.
Em depoimento, o ex-PM admitiu a mentira, enquanto a advogada reconheceu o plano de atrapalhar a apuração. Entretanto, durante o julgamento, ambos negaram as versões, mas as provas foram consideradas suficientes para a condenação.
O processo está sob segredo de Justiça.
Investigações
Desde 2023, a investigação iniciada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro passou para a PF.
Com autorização do STF, a PF prendeu o deputado Federal Chiquinho Brazão, o conselheiro do TCE/RJ, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Os irmãos Brazão são apontados como mandantes do crime, enquanto Barbosa teria atuado para impedir a descoberta dos autores.
Investigações indicam que o ex-PM Ronnie Lessa efetuou os disparos, enquanto o também ex-PM Élcio Queiroz dirigia o carro usado no crime.
Outros suspeitos presos são o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel, apontado como responsável por entregar o veículo para desmanche, e Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, dono do ferro-velho onde o desmanche teria ocorrido.
Informações: Agência Brasil.