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"Desinteligência ou burrice"? Ministros do STF criticam hacker do CNJ

Cármen Lúcia e Moraes questionaram inteligência dos responsáveis pela invasão do sistema, os quais incluíram um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes assinado por ele próprio.

Da Redação

terça-feira, 21 de maio de 2024

Atualizado às 16:13

Durante a sessão da 1ª turma do STF nesta terça-feira, 21, ministra Cármen Lúcia expressou preocupação com a "desinteligência natural" de alguns que atuam criminosamente, como na invasão hacker ao sistema do CNJ. Ministro Alexandre de Moraes acrescentou que se trata de "burrice natural".

A manifestação se deu durante análise de caso que tornou réus, no STF, a deputada Federal Carla Zambelli e o "hacker da Lava Jato", Walter Delgatti. Eles são acusados de invadir o sistema do CNJ, inserindo alvarás de soltura para beneficiar condenados e determinando a prisão do próprio ministro Alexandre de Moraes.

A ministra destacou a preocupação com crimes decorrentes do uso irregular da inteligência artificial, mas ressaltou que a "desinteligência natural" de algumas pessoas é ainda mais alarmante, citando o caso específico do mandado de prisão contra Moraes, assinado por ele mesmo.

"Além de tudo, sem qualquer tração de inteligência, porque aí, V.Exa. se 'auto prender' por uma falsificação num órgão presidido por um colega de V. Exa., é um salto triplo carpado criminoso impressionante. Só para acentuar minha preocupação com a desinteligência natural ao lado da inteligência artificial", disse a ministra.

Moraes complementou: "V. Exa., sempre muito educada, disse 'desinteligência natural', eu chamaria de burrice, mesmo, natural". O ministro alertou que, uma vez emitido um mandado de prisão e inserido no sistema do CNJ, todos os aeroportos, portos e a própria Polícia Federal são alertados sobre o acontecimento. Essa notificação fez com que o crime dos hackers se consumasse.

Veja o momento:

Caso

Walter Delgatti, conhecido como "hacker da Lava Jato", inseriu um falso alvará de soltura no sistema da Justiça, que poderia beneficiar um condenado a mais de 200 anos de prisão. A denúncia da PGR aponta Delgatti e a deputada Federal Carla Zambelli, acusada de ser a "autora intelectual" das invasões no sistema do CNJ.

A invasão incluiu um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes e a inserção de vários alvarás de soltura, um dos quais poderia libertar Sandro Silva Rabelo, membro do Comando Vermelho, condenado a 200 anos. Esses alvarás apareceram tanto no SEEU quanto no BNMP.