PGR denuncia irmãos Brazão e delegado por assassinato de Marielle
Os acusados estão presos desde o dia 24 de março e negam participação no crime. Defesa reclama de falta de oitiva dos acusados.
Da Redação
quinta-feira, 9 de maio de 2024
Atualizado às 17:05
A PGR apresentou denúncia contra o deputado Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do TCE/RJ, e o delegado da Polícia Civil do RJ Rivaldo Barbosa. Os três são acusados de planejar e ordenar a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A denúncia foi apresentada na terça-feira, 7, no processo sigiloso que tramita no STF.
Os acusados estão presos desde o dia 24 de março, por ordem do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. Eles negam participação no crime.
Nesta quinta-feira, 9, a PF cumpriu dois mandados de prisão preventiva contra Robson Calixto da Fonseca, assessor de Domingos Brazão, e o policial militar Ronald Alves de Paula, conhecido como major Ronald. Considerado um dos líderes de uma milícia na zona oeste do RJ, o major Ronald atualmente cumpre pena em uma penitenciária Federal por outros crimes.
Delação
Cinco anos após o assassinato de Marielle e Anderson, houve progresso nas investigações graças ao acordo de colaboração premiada firmado por Ronnie Lessa, ex-policial militar e réu confesso do crime. Lessa identificou os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato, o que levou o caso a ser enviado ao STF este ano, devido ao cargo de Chiquinho Brazão como deputado federal.
Atualmente, Chiquinho Brazão encontra-se em prisão preventiva em uma penitenciária de segurança máxima em Campo Grande/MS. Domingos Brazão está detido no presídio federal de Porto Velho, enquanto Rivaldo Barbosa está na penitenciária federal em Brasília.
Defesa
A defesa de Chiquinho Brazão, representada pelo advogado Cleber Lopes, informou em nota que ainda não teve acesso à denúncia feita pela PGR nem aos termos das delações relacionadas ao caso.
Marcelo Ferreira e Felipe Dalleprane, advogados de Rivaldo Barbosa, também revelaram não ter acesso ao documento da PGR. Eles expressaram surpresa pelo fato de que "nenhum dos investigados tenha sido ouvido antes da denúncia, em total afronta à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que havia determinado a oitiva dos investigados logo após a prisão". Disseram, ainda, que "a narrativa de um réu confesso de homicídio [Ronnie Lessa] parece mais importante do que o depoimento de um delegado de polícia com mais de 20 anos de excelentes serviços à segurança pública do RJ, que sequer teve a chance de expor sua versão sobre os fatos antes de ser denunciado, uma verdadeira demonstração de inversão de valores".