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Perfil da advocacia

Mesmo com maioria de brasileiros pardos, 64% dos advogados são brancos

Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira da OAB e FGV apontou que acesso desigual à educação ainda permanece.

Da Redação

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Atualizado às 18:14

Apesar da maioria da população se autodeclarar parda, são os brancos que constituem a maior parte da advocacia brasileira, segundo o PerfilADV - 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira, conduzido pela OAB em parceria com a FGV.

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

A pesquisa revelou que 64% dos advogados se identificam como brancos, 25% como pardos, 8% como pretos, e cerca de 1% como indígenas e amarelos.

Enquanto isso, a população geral é composta por 43% de brancos, 45% de pardos, 10% de pretos e cerca de 1% de amarelos ou indígenas, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE, divulgada em julho de 2022.

O estudo aponta que essa discrepância tem como uma das origens o acesso desigual à educação que permanece, mesmo com a implementação de políticas inclusivas, como a lei de cotas.

Em 2022, a média de anos de estudo entre a população branca foi de 10,8 anos, enquanto entre pretos e pardos foi de 9,1 anos (IBGE/PNADC, 2022). Essa disparidade se reflete na presença de brancos e não-brancos na advocacia.

Idade e gênero

Entre os advogados, a concentração de brancos é mais significativa entre os que têm 60 anos ou mais (73%) e entre aqueles com mais de 20 anos de inscrição na OAB (77%). A presença maior de pretos e pardos nas faixas etárias mais jovens e entre os recém-inscritos na OAB sugere que o acesso aos cursos de Direito está se democratizando, com avanços no combate à desigualdade racial.

Quanto ao gênero, a pesquisa identificou pequenas diferenças na proporção entre homens e mulheres, com variações de cerca de 1% nas categorias de cor ou raça.

Por região

Regionalmente, a região Sul apresenta a maior proporção de brancos (85%), enquanto no Norte e no Nordeste há uma divisão mais equilibrada entre brancos e pardos (Norte: 41% e 45%; Nordeste: 42% cada).

O Nordeste também tem a maior concentração de pretos (13%), e o Norte, a maior concentração de indígenas (2%). Entre os estados, a Bahia se destaca com a maior proporção de advogados pretos (24%) e o Mato Grosso do Sul tem a menor (2%).

O estudo

Encomendada pelo Conselho da OAB e realizado pela FGV - Fundação Getúlio Vargas, o 1º Estudo sobre o Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira, buscou identificar o perfil dos advogados brasileiros por meio do levantamento direto de dados primários e instrumento de coleta especificamente elaborado para esse fim. 

A amostra de 20.885 entrevistados(as) é representativa do universo de 1.370.476 advogados(as) inscritos(as) na OAB, com controle de cotas para seccional, sexo e idade, preestabelecidas com base na proporção dessas variáveis no universo de inscritos, de acordo com o CNA - Cadastro Nacional da Advocacia.

Os percentuais que não totalizam 100% são decorrentes de arredondamento ou de múltiplas alternativas de resposta. A margem de erro máximo estimada é menos de 1 ponto percentual para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95,45%.

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