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Planos de saúde

STJ: Reajuste de plano por sinistralidade deve provar aumento de custos

Colegiado entendeu que falta de demonstrativo provando aumento de despesas gera enriquecimento ilícito do convênio.

Da Redação

terça-feira, 23 de abril de 2024

Atualizado em 24 de abril de 2024 08:24

Em decisão unânime, a 3ª turma do STJ entendeu ilícito reajuste por sinistralidade aplicado por operadora de plano de saúde, devido à ausência de um extrato detalhado que demonstrasse o aumento proporcional das despesas em relação às receitas. Este tipo de reajuste ajusta o valor das mensalidades com base na frequência e nos custos dos sinistros ocorridos durante um determinado período.

A questão já havia sido considerada abusiva nas instâncias inferiores, com a ordem de substituição do índice de reajuste pelo estabelecido pela ANS. Diante disso, a operadora recorreu ao STJ buscando uma adequação da condenação para que o novo índice fosse definido durante a liquidação de sentença.

A ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, inicialmente acedeu ao pedido, mas o assunto foi levado a julgamento pelo colegiado após um agravo interno.

Durante a sustentação oral, o advogado do plano de saúde, Leonardo Mendes Memoria, destacou que já havia sido realizada uma perícia na fase instrutória e defendeu a necessidade de uma nova perícia para determinar um índice de reajuste diverso do previsto pela ANS, considerando a natureza coletiva do contrato.

Sinistralidade

No seu voto, a relatora ressaltou que o reajuste por sinistralidade pode ser aplicado de forma complementar ao reajuste por variação de custo, contudo, é imperativo que a operadora apresente um relatório pormenorizado que justifique este incremento entre as despesas assistenciais e as receitas diretas, calculadas nos 12 meses anteriores à data de aniversário do contrato.

A ministra enfatizou que a falta de comprovação da necessidade de reajuste configura uma prática abusiva, sujeitando a operadora a sanções administrativas pela ANS e podendo resultar em enriquecimento ilícito.

Ao final, proveu parcialmente o recurso para confirmar que o índice adequado seja apurado em liquidação de sentença. 

Veja o voto da ministra:

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