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Coleta de lixo

Manejo sustentável do lixo em Porto Velho/RO está nas mãos do STF

Em busca de solucionar o problema, prefeitura da capital lançou edital de licitação para PPP, mas o Estado quer barrar a iniciativa.

Da Redação

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Atualizado às 12:50

Porto Velho, capital de Rondônia, tem enfrentado desafios na implementação de um sistema eficaz de gestão de resíduos sólidos. Após iniciar um longo processo de estudos em 2018, a prefeitura lançou, em 2023, edital de licitação para firmar uma PPP - Parceria Público-Privada de modo a administrar a coleta, transporte, reciclagem e disposição final do lixo urbano.

O edital foi barrado pelo TCE. Sensível à urgência do tema, o TJ/RO deu liminar e permitiu a continuidade da licitação. Agora, o Estado aciona o STF buscando a suspensão da decisão. Entenda o caso.

 (Imagem: Raimundo Paccó/Agencia Enquadrar/Folhapress)

Solução para problema do lixo em Rondônia enfrenta entraves. (Imagem: Raimundo Paccó/Agencia Enquadrar/Folhapress)

A situação do manejo de lixo em Porto Velho ganha contornos críticos especialmente pelo fato de a cidade estar situada na Amazônia Legal, uma região de significativa importância ambiental que tem sido alvo de políticas para o desenvolvimento sustentável.

E tal situação adquire maior relevância às vésperas da COP30, evento global sobre mudanças climáticas a ser realizado em Belém do Pará.

No entanto, o caminho para a efetivação da licitação encontra obstáculos.

Apesar da ampla divulgação e dos esforços para transparência, uma decisão monocrática do Tribunal de Contas do Estado paralisou o processo, citando possíveis irregularidades (decisão 0057/2023 - GCJVA).

A interrupção gerou uma resposta judicial por meio de um mandado de segurança, resultando em uma liminar do TJ/RO que favoreceu a continuidade da licitação (processo: 0800034-16.2024.8.22.0000). A justificativa para a continuação baseou-se na essencialidade do serviço público.

Mas o imbróglio alcançou nova fase quando a procuradoria-Geral do Estado de Rondônia acionou o STF, pedindo a suspensão da segurança da decisão a qual, enfim, permitiu a retomada da licitação. O Estado alega impactos na ordem e economia públicas.

Veja as vicissitudes do caso na linha do tempo:

 (Imagem: Arte Migalhas)

Linha do tempo mostra dificuldade enfrentada pelo município de Porto Velho para solucionar manejo do lixo.(Imagem: Arte Migalhas)

Em 2018, buscando reverter situação crítica do lixo urbano, a prefeitura de Porto Velho criou procedimentos de manifestação de interesse para concessão de serviços de resíduos sólidos via Parceria Público-Privada. Naquele ano, o município publicaria edital de chamamento.

Em 2020 foram selecionados os estudos mais adequados para fins de condução da contratação e, em fevereiro de 2021, a prefeitura contratou a FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, renomada organização sem fins lucrativos, vinculada à FEA/USP, para revisar e adequar os estudos e posterior remessa à licitação. Logo em 2021 foi publicado o primeiro edital. Mas, no mesmo ano, em outubro, o TCE barrou a iniciativa e oficiou o município pedindo documentos.

O processo ficou parado com o Tribunal de contas até fevereiro de 2023, quando o TCE - depois de sanadas as dúvidas - concordar com o teor do edital.

Ato contínuo, a prefeitura publicou, em abril, novo edital de licitação. 

Inopinadamente, no mês seguinte, o processo foi novamente barrado. 

Agora, em 2024, passados vários meses sem deliberação do TCE, o TJ liberou a continuidade do processo. Inconformado com a intenção da cidade em dar correto tratamento ao lixo, o Estado recorreu ao STF buscando nova suspensão. 

Há 10 anos

A questão é antiga, e há mais coisas entre o tribunal de contas de Rondônia e o serviço de lixo de Porto Velho do que sonha nossa vã cidadania. Com efeito, desde 2014, conforme matéria do G1, a capital tenta licitar o serviço e o TCE insiste em suspender. 

Caso no STF

Nesta terça-feira, 2, o MPF emitiu parecer a favor da suspensão de segurança citando que o vultoso valor caracterizaria o risco de dano.

Todavia, fosse essa a lógica, nenhuma licitação poderia mais ser feita numa grande cidade. E mais, como se trata de questão que envolve altos investimentos, pois um aterro sanitário não se faz e se desfaz num piscar de olhos, não haveria como resolver o imbróglio do lixo em parte alguma do país.

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