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Delator

Para "afastar dúvidas", Moraes torna pública audiência de Mauro Cid no STF

Ministro liberou ata de audiência na qual Cid confirma os termos de sua delação.

Da Redação

sábado, 23 de março de 2024

Atualizado às 12:13

 (Imagem: Antonio Augusto/SCO/STF)

Alexandre de Moraes torna pública audiência em que Cid confirma termos de delação.(Imagem: Antonio Augusto/SCO/STF)

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, tornou pública na noite desta sexta-feira, 22, a ata de audiência de Mauro Cid, na qual o colaborador confirmou integralmente os termos de sua delação premiada.

"Diante da necessidade de afastar qualquer dúvida sobre a legalidade, espontaneidade e voluntariedade da colaboração de Mauro César Barbosa Cid, que confirmou integralmente os termos anteriores de suas declarações, torno pública a ata de audiência realizada para a oitiva do colaborador, no dia 22/3/2024, às 13h, na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal, com a presença da Procuradoria-Geral da República e dos defensores."

Veja aqui a íntegra do despacho.

Veja aqui a íntegra da ata de audiência.

Áudios e prisão

Mauro Cid foi preso nesta sexta-feira, 22, após prestar depoimento de cerca de uma hora na sala de audiências do STF.

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi chamado falar após a revista Veja publicar áudios em que o militar critica a atuação do magistrado e da Polícia Federal.

O depoimento durou cerca de uma hora e foi presidido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Também esteve presente um representante da PGR, além de sua defesa.

A prisão foi determinada por descumprimento de cautelares impostas contra Cid e por obstrução de Justiça. Após ser comunicado da prisão, ele foi encaminhado ao IML para realização de exames.

De acordo com a reportagem da Veja, Cid diz que foi pressionado pela PF, e que "eles já estão com a narrativa pronta", tendo obrigado ele a falar sobre fatos que desconhecia.

Cid também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. "O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação."

O ex-ajudante também afirmou, segundo a publicação, que a Procuradoria-Geral da República e Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o militar no STF, têm uma "narrativa pronta" e estariam aguardando somente o momento certo de "prender todo mundo". Citou, por fim, suposto encontro entre o ministro e Jair Bolsonaro.

Delação premiada

Mauro Cid fechou acordo de colaboração premiada após ter sido preso no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de vacinação contra covid-19. Além do caso referente às vacinas, Cid cooperou também com o inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro.