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Discriminação

Procuradora é criticada por fala considerada homofóbica

"Deus disse: 'crescei e multiplicai-vos'. Se disser que LGBT multiplica, eu calo", afirmou Denise Guimarães em sessão do MP/AL.

Da Redação

terça-feira, 19 de março de 2024

Atualizado às 10:37

Um comentário considerado homofóbico feito pela procuradora de Justiça Denise Guimarães, do MP/AL, vazou na última quinta-feira, 14. A fala ocorreu durante sessão do colégio de procuradores em Maceió. Sem perceber que o microfone estava ligado, ela afirmou para o colega ao lado:

"Deus disse: 'crescei e multiplicai-vos'. Quem disser que esses LGBTs multiplicam, eu calo."

Após insinuar que pessoas LGBT não se reproduzem, o que iria contra o que "Deus disse", ela afirma que "vai ter mais mulher do que homem", no que é interrompida.

A fala teria sido divulgada, inicialmente, pela Diadorim - agência de jornalismo LGBTQIA+. A agência explicou que Denise criticava o empréstimo de um automóvel do Ministério Público a uma ONG de direitos LGBTQIA+ - o GGM - Grupo Gay de Maceió -, usado para atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade. "Márcio deu até um carro", criticou Denise em sua fala.

Ante o episódio, a ONG divulgou um comunicado de repúdio nas redes sociais, apontando o caráter "lgbtfóbico" da fala.

"Em pleno 2024 não é mais possível tolerar esse tipo de atitude, muito menos de uma procuradora que deveria trabalhar em prol dos direitos humanos."

Assista:

Em nota à imprensa, o MP informou que "não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores".

Leia a íntegra:

O Ministério Público do Estado de Alagoas informa que, a respeito da reunião do Colégio de Procuradores de Justiça, ocorrida nessa quinta-feira (14), foi promovido um debate sobre políticas públicas afirmativas que objetivou a discussão sobre a reparação histórica do Estado no reconhecimento de direitos de populações vulneráveis, a exemplo de comunidades LGBTQIA+, quilombolas, indígenas e do povo preto.

O Ministério Público brasileiro, portanto, também o de Alagoas, tem o dever constitucional de promover a defesa intransigente de todos os direitos dessas comunidades, razão pela qual, não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores.

O MPAL também reafirma que o canal de diálogo com o segmento LGBTQIA+ seguirá aberto, assim como as parcerias já firmadas se manterão consolidadas, a exemplo da reunião realizada no último dia 8 que tratou do apoio institucional ao movimento, em razão do respeito do órgão para com esse público e todos aqueles cujos direitos sociais são salvaguardados pela Constituição Federal e, por consequência, pelo Ministério Público.

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