Condomínio indenizará família de criança que caiu em arame farpado
Menino andava de bicicleta e se feriu em cerca de arame farpado instalada rente ao meio-fio.
Da Redação
quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024
Atualizado às 14:37
Pais de menino que caiu em arame farpado dentro de condomínio será indenizado em R$ 10 mil por danos morais e estéticos. Acórdão foi proferido pela 14ª câmara Cível do TJ/MG que manteve a sentença após concluir que condomínio deveria ter sinalizado perigo no local do acidente.
Segundo o processo, o menino, então com nove anos, estava andando de bicicleta na área do condomínio, onde a família tinha um imóvel, e se chocou contra uma cerca de arame farpado instalada próximo ao meio-fio. O garoto ficou com várias cicatrizes permanentes, inclusive no rosto.
As empresas responsáveis pelo condomínio se defenderam sob o argumento de que não havia nexo de causalidade entre o acidente e a conduta delas. Argumentaram ainda que nenhuma obrigação legal ou contratual exigia a colocação de passeio ou placa de identificação no trecho. Por fim, sustentaram que a alta velocidade com que o garoto andava de bicicleta provocou o acidente.
Esses argumentos não convenceram o juiz da 5ª vara Cível de Montes Claros/MG, que condenou as empresas e fixou a quantia total de R$ 10 mil a ser paga à família em reparação pelo ocorrido. As partes recorreram da sentença, mas o relator dos recursos, desembargador Valdez Leite Machado, manteve a decisão.
O magistrado, baseado em provas testemunhais, considerou que as rés agiram com imprudência "ao instalar uma cerca de arame farpado, rente ao meio-fio, em uma das laterais do condomínio, a despeito de todo o resto do empreendimento ser cercado com arame liso, conforme se depreende das fotografias e da prova testemunhal colhida".
O relator afirmou ainda que não havia sinalização de perigo no local, sendo que as empresas sabiam da circulação de transeuntes na área, inclusive de filhos dos moradores, que frequentemente passeavam e brincavam nas imediações, o que foi confirmado pelo depoimento das testemunhas.
Dessa forma, o colegiado determinou que cada um dos pais receba R$ 2 mil por danos morais e o menino, a mesma quantia, acrescida de R$ 4 mil por danos estéticos, totalizando R$ 10 mil.
Informações: TJ/MG.