Justiça dos EUA condena mãe de garoto que cometeu massacre em escola
Jennifer Crumbley, mãe do atirador de escola de Michigan em 2021, foi condenada por homicídio culposo.
Da Redação
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024
Atualizado às 09:17
Em uma decisão inédita, a Justiça norte-americana condenou a mãe de um adolescente que cumpre prisão perpétua pelo assassinato de quatro alunos de uma escola. Em Júri realizado nesta terça-feira, 6, que durou mais de 11 horas, os jurados de Michigan consideraram Jennifer Crumbley culpada por tiroteio cometido por seu filho.
Ocorrido em novembro de 2021, o massacre vitimou quatro estudantes na Oxford High School. Outras sete pessoas ficaram feridas. O garoto, que tinha 15 anos à época, usou uma pistola que tinha sido presente dos seus pais.
A mãe do garoto foi condenada por quatro acusações de homicídio culposo, uma para cada vítima dos tiros de seu filho. Ela está detida desde dezembro, e está sujeita à pena máxima de 15 anos, e a sentença está marcada para 9 de abril.
O filho já tinha se declarado culpado e pegou prisão perpétua. O pai será julgado em março.
Em um momento de frequentes casos de violência armada em escolas - tanto nos EUA quanto no Brasil, a decisão chama a atenção para a questão da responsabilidade parental. O caso foi destaque nos principais jornais norte-americanos.
O julgamento
Após a leitura do veredito, a juíza Cheryl Matthews, do Tribunal do Condado de Oakland, disse aos jurados do Tribunal de Pontiac, Michigan, que "todos nós sabemos que esta é uma das coisas mais difíceis que vocês já fizeram".
A ré ficou sentada com os olhos baixos até ser algemada e conduzida para fora do Tribunal.
Reportagem do Jornal Nacional afirma que a investigação do caso encontrou mensagens nas quais o garoto diz que a casa está assombrada por demônios. Em diários, ele teria pedido aos pais uma consulta com psicólogo, mas não foi ouvido.
Dias antes do massacre, a mãe teria levado o rapaz a um estande de tiro. Além disso, ela foi chamada no escola no dia do episódio, em razão do que o filho escreveu no livro de matemática: "sangue por toda parte". Na reunião, ela foi alertada de que poderia haver algum distúrbio, mas não o levou para casa e não viu a mochila dele, onde já estava a arma que mataria os colegas.
O próximo a ser julgado será o pai, James Crumbley, de 47 anos, em março.