"Um dos planos era me enforcar", diz Moraes sobre 8 de janeiro
A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo.
Da Redação
quinta-feira, 4 de janeiro de 2024
Atualizado às 11:00
O ministro Alexandre de Moraes informou que um dos planos dos terroristas nos ataques do 8 de janeiro era que ele fosse preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. A declaração foi dada em entrevista ao jornal O Globo veiculada nesta quinta-feira, 4.
"Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes."
O ministro destacou o nível de "agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição".
"Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão. Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não estivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem."
Relembre
Em 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse de Lula, milhares de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, insatisfeitos com os desdobramentos do pleito presidencial de 2022, invadiram e causaram danos nas áreas internas do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Palácio do Supremo Tribunal Federal.
O episódio datado em 8 de janeiro de 2023 ficou registrado na história do país como um momento em que buscaram abalar os fundamentos democráticos. Edifícios foram invadidos e danificados, em cenas marcadas por sentimentos de hostilidade e celebração por parte de eleitores que se recusavam a aceitar os resultados eleitorais.
Uma sequência de atos de vandalismo, invasões e danificações ao patrimônio público foram perpetrados por indivíduos extremistas. Os terroristas adentraram edifícios do Poder Público em Brasília com a intenção de incitar uma interferência militar.
Em setembro deste ano, o STF condenou o primeiro réu julgado pelos atos antidemocráticos. Ele recebeu pena de 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça com substância inflamável contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.