Juíza do TRE/MG comenta sub-representação eleitoral feminina
Segundo Luciana Nepomuceno, para que haja um avanço politico feminino, é preciso que estas recebam financiamento em campanhas e visibilidade.
Da Redação
terça-feira, 28 de novembro de 2023
Atualizado às 13:42
Presente durante a 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, a juíza do TRE/MG, Luciana Nepomuceno, comentou acerca da disparidade de gênero e a sub-representação eleitoral feminina.
Segundo a magistrada, para que haja um avanço politico feminino, é preciso que estas recebam financiamento de campanhas e de visibilidade. Para Luciana, isso envolve a divisão sexual do trabalho, o trabalho doméstico não remunerado e reprodutivo.
"Estamos em uma sociedade em que nós lutamos para a sobrevivência, principalmente as mulheres negras, para cuidar e alimentar os nossos filhos, não se cria perspectivas além dessa materialidade econômica."
A juíza ainda afirma que é necessário subsidiar as mulheres para que possam disputar as eleições em igualdade. Entretanto, ela afirma que várias não "veem a cor" do financiamento de candidaturas femininas, mesmo sendo previsto por lei.
"Infelizmente nós temos uma barreira de fiscalização dessa forma de distribuição que se chama autonomia partidária. Os partidos distribuem conforme as conveniências dos oligarcas que são normalmente homens, lideranças, que definem quem irá receber o recurso financeiro e quem não vai."
Luciana considera necessário partir da perspectiva de uma democracia intrapartidária, com mulheres na direção.
Assista:
O evento
Belo Horizonte é palco, novamente, após 33 anos, do maior evento jurídico do mundo - a Conferência Nacional da Advocacia Brasileira. Com o tema "Constituição, Democracia e Liberdades", o evento, que acontece a cada três anos, terá programação variada, composta por 50 painéis e duas conferências magnas, totalizando quase 400 palestrantes nacionais e internacionais.