Em acordo com CNJ, Appio admite conduta imprópria e deixa Lava Jato

Nesta quarta-feira, 18, o juiz Federal Eduardo Appio assinou um acordo com o CNJ e pedirá transferência do comando da 13ª vara Federal Criminal de Curitiba, responsável pelas ações da Lava Jato.

Appio reconheceu que teve conduta imprópria sem especificar qual foi a conduta. O juiz é acusado de fazer uma ligação em tom ameaçador para João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, do TRF da 4ª região, que é sócio do ex-juiz e atual senador Sergio Moro.

Ao Estadão, o magistrado informou que não reconheceu culpa no caso e que pedirá remoção para outra vara "menos polêmica".

Relembre

Em maio deste ano, Appio foi afastado pelo TRF da 4ª região após ser acusado de fazer uma ligação telefônica para o filho do desembargador Marcelo Malucelli para confirmar o parentesco. O advogado João Malucelli é sócio do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro em um escritório de advocacia.

Com base na acusação, o Tribunal determinou o afastamento e considerou Appio suspeito para julgar os processos da Lava Jato.

Depois, o ministro Dias Toffoli, do STF, suspendeu o PAD aberto contra o magistrado, mas não analisou se o juiz deveria voltar ao comando da 13ª vara.

Ato contínuo, no fim de setembro, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, decidiu manter o afastamento de Eduardo Appio. Na mesma decisão, o ministro decidiu que o processo disciplinar aberto contra o magistrado em função do afastamento deveria ser enviado ao CNJ.