Prestes a se aposentar, ministra Rosa Weber é homenageada no CNJ
A presidente do Conselho completa 75 anos no dia 2 de outubro.
Da Redação
terça-feira, 19 de setembro de 2023
Atualizado às 11:56
Nesta terça-feira, 19, no início da sessão plenária, o CNJ prestou uma homenagem à presidente Rosa Weber, que está na iminência de se aposentar compulsoriamente ao completar 75 anos.
Primeiro a falar foi o ministro Lelio Bentes Corrêa, presidente do TST e do CSJT. No início da homenagem, ele destacou que a ministra Rosa é a terceira mulher a integrar o STF.
"Esperamos nós que muitas outras venham a reforçar a equidade de gênero que é imperativa em todos os níveis da magistratura brasileira. A sociedade brasileira precisa se reconhecer nos órgãos do Judiciário."
O presidente do TST lembrou, também, que Rosa Weber é a primeira magistrada oriunda do Direito do Trabalho a exercer a presidência do Supremo. E ressaltou a sempre irretocável conduta ética e profissional da ministra.
Lelio classificou Rosa Weber como uma grande personalidade na defesa do Estado Democrático de Direito e lembrou sua condução firme e serena em face dos inomináveis ataques à democracia sofridos no 8 de janeiro.
"Ministra Rosa, as flores que V. Exa. plantou continuarão a iluminar os caminhos da Justiça e da cidadania brasileira. E as pedras que V. Exa. tão delicadamente ajuntou seguramente sustentarão no patamar mais elevado a cidadania brasileira."
Assista à homenagem:
Em seguida falou o ministro Mauricio Godinho Delgado, também do TST, ressaltando a belíssima carreira de Rosa Weber.
"Vida longa ao legado dessa grande jurista."
Conselheiro Vieira de Mello Filho foi o último a tecer algumas palavras sobre a ministra e disse a ter como referência. "Rosa Weber provou que o silêncio é a voz poderosa", disse ao citar o artigo a "A dona de si mesma", publicado no Estadão.
"Nestes anos, ninguém viu Rosa Weber fazer acordos. Combinar votos. Buscar maiorias. Mudar argumentos para parecer vencedora. Negociar. Foi apenas ela e somente ela. A dona de si mesma. Não disputou espaços internos. O que lhe importou foi seu gabinete e sua consciência. Não buscou outros poderes. Nem votou por eles ou contra eles. Não frequentou palácios. Não deu entrevistas. Não falou fora dos autos. Não fez parte de irmandades políticas ou doutrinárias. Não tem ambições financeiras."
Visivelmente emocionada, a presidente do CNJ agradeceu as homenagens e disse estar sem palavras.
"Dizer que estou emocionada é pouco, dizer que estou agradecida é menos ainda. Eu nasci na Justiça do Trabalho, trouxe a JT e a trago até hoje, e vou trazê-la sempre comigo, bem guardada no peito."
Em momento descontraído, Rosa Weber ainda brincou com os colegas e disse que as belas palavras seriam fruto de uma "suspeição" gerada por uma forte amizade.
"Só tenho a agradecer. Muitíssimo obrigada."
A ministra foi muito aplaudida no plenário.