PG Advogados debate as tendências e desafios da Black Friday 2023
Evento reuniu especialistas e empresários para discutir as melhores práticas jurídicas para garantir sucesso das marcas e experiência de qualidade aos consumidores.
Da Redação
sexta-feira, 15 de setembro de 2023
Atualizado às 07:18
Na última terça-feira (12/9), a sede do PG Advogados se transformou em ponto de encontro para empresários, especialistas em varejo e profissionais do setor Jurídico em um evento que discutiu as tendências e os desafios esperados para a Black Friday 2023, que reuniu audiência diversificada e ansiosa para explorar as estratégias jurídicas que moldarão o maior evento de compras do ano.
"O intuito foi trocar experiências e refletir sobre os principais desafios e as tendências para a Black Friday 2023. Conversamos sobre o contexto histórico deste que é um dos maiores eventos de consumo do mundo e contamos com diversas perspectivas, tendo como pano de fundo o papel estratégico dos times jurídicos", explicou Ellen Gonçalves, CEO do escritório.
A expectativa é de aumento de até 50% nos pedidos realizados virtualmente em comparação à edição do ano passado, segundo o Relatório de Tendências da Black Friday, do Olist, divulgado em julho. "Para este ano, o mercado está otimista muito em razão dos resultados apresentados pelos marketplaces, que têm recebido cada vez mais investimento", destacou Ellen.
O evento também contou com a explanação de Amanda Almeida, da Infracommerce; Fabíola Xavier, do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV); e Michele Ferraz, da Raia Drogasil, executivas que debateram tendências, desafios e melhores práticas jurídicas para a edição deste ano.
Fraudes e propagandas enganosas
O evento começou com uma sessão de abertura envolvente, em que os palestrantes destacaram a importância de uma abordagem ética e legal para o período de promoções. A discussão se concentrou em questões como promoções enganosas, concorrência desleal, segurança cibernética e direitos do consumidor, ressaltando que a conformidade com a legislação é fundamental para evitar problemas legais e danos à reputação das marcas.
"Nosso país é muito litigioso e por isso existe previsão acerca dos principais problemas e reclamações inerentes ao período. Oferecemos suporte técnico e consultivo para nossos parceiros por entendermos o mercado brasileiro e o comportamento do consumidor, que é único a cada ano e em cada segmento. Nós atuamos, então, para proteger as marcas de possíveis fraudes ou outros problemas relacionados ao boom de vendas", explicou Amanda Almeida, executiva da Infracommerce, plataforma para comércio digital atuante em toda a América Latina apoiando diretamente os varejistas que contratam suas soluções.
Para Ellen Gonçalves, anfitriã do debate e especialista em Direito do Consumidor e Contencioso Estratégico do PG, as varejistas já devem começar a se estruturar, inclusive juridicamente, para atender a expectativa dos consumidores, que são altas: "as empresas devem estar preparadas para atender as expectativas dos clientes. É preciso fornecer informações transparentes e precisas sobre prazos de entrega, disponibilidade do produto em estoque, informações técnicas e, claro, prontidão para atender dúvidas que possam surgir no meio do processo de compra".
Não se trata somente de gerenciar a logística e os estoques ou investir em segurança digital e tecnologia para garantir mais fluidez e praticidade ao consumidor, é preciso pensar nos desafios jurídicos que o período impõe. "A cada ano, o consumidor está mais engajado, cauteloso e conectado. Isso significa que existe mais consciência sobre o que de fato é promoção e o que não é, os direitos garantidos pela lei e, principalmente, seus canais de defesa", explicitou Ellen.
Marketing x Jurídico
A inteligência artificial, o uso de dados para personalização de ofertas, a experiência do cliente e a sustentabilidade foram alguns dos temas debatidos e que compõem estratégias dos times de marketing. Contudo, é preciso cautela. De acordo com uma plataforma de reclamações, a maior promoção do varejo brasileiro acumulou quase 193 mil manifestações durante o período de liquidação no ano passado.
"Nosso time jurídico está muito perto das áreas que compõem toda a operação para a Black Friday, e durante todo o ano. Estamos falando de mais de 1 milhão de vendas on-line por dia, então, atuar de maneira preventiva já faz parte do nosso trabalho há muito tempo. Nossas ações de marketing, por exemplo, passam pela aprovação da equipe jurídica antes de irem para o mercado", destacou Michelle Ferraz, executiva jurídica da Raia Drogasil. Em 2022, o segmento de Beleza e Perfumaria foi um dos que apresentaram maior número de pedidos.
Jornada segura e de qualidade
Os participantes também enfatizaram a importância de oferecer experiências de compra exclusivas para os consumidores, destacando que a Black Friday não é apenas sobre descontos, mas também sobre a qualidade da jornada do cliente.
Sobre o assunto, o IDV assume papel orientativo em busca de contribuir com o mercado mais regulado, desenvolvendo estratégias e cartilhas de boas práticas, com o objetivo de diminuir problemas para empresas e consumidores. "Entendemos que grandes plataformas têm o papel de educar as médio e microempresas que passaram a ter oportunidade competitiva com o advento do e-commerce. Por isso, foi e ainda é importante intensificar esse trabalho, atuando em conjunto com todos os protagonistas do setor", apontou Fabíola, representante do Instituto no evento.
Por fim, a segurança cibernética também foi tópico crucial abordado durante o evento. Os palestrantes discutiram a crescente ameaça de ataques cibernéticos durante a Black Friday e a importância de proteger os dados dos clientes e a infraestrutura digital das empresas.
Além das discussões, o evento ainda ofereceu oportunidades para networking e troca de ideias entre os participantes, promovendo a colaboração e o aprendizado conjunto.