China registra crime e prende suspeito de usar ChatGPT para fake news
Homem teria disseminado informações falsas sobre um acidente de trem. No Brasil, ministros avaliam se ferramentas como essa podem ser utilizadas positivamente na Justiça.
Da Redação
terça-feira, 9 de maio de 2023
Atualizado às 18:45
A polícia chinesa prendeu um homem que teria usado o ChatGPT para gerar notícias falsas e divulgá-las online. O registro pode ser o primeiro no país relacionado ao uso da inteligência artificial.
Segundo o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, o suspeito foi detido por "usar tecnologia de inteligência artificial para inventar informações falsas".
O homem teria confessado que usou o ChatGPT para criar a notícia falsa a partir de elementos de notícias que viralizaram no local nos últimos anos. Embora o aplicativo não esteja disponível na China, ele teria conseguido acessá-lo via VPN, ferramenta que mascara a localização do usuário.
A primeira notícia falsa a chamar a atenção das autoridades datava de 25 de abril e afirmava que nove pessoas tinham morrido em um acidente de trem. Variações do texto tinham sido publicadas em ao menos 20 contas diferentes do Baijiahao -espécie de plataforma de leitura de blogs administrada pela Baidu, a equivalente local do Google- e recebido mais de 15 mil acessos àquela altura.
A polícia de Gansu afirmou que o suspeito será acusado do crime de perturbação pública, que desde 2013 inclui casos de pessoas que publicaram ou disseminaram notícias falsas na internet. A pena prevista é de cinco anos de detenção, embora o período possa ser estendido a dez anos em casos mais graves.
ChatGPT no Brasil
Na semana passada, o ministro Luís Roberto Barroso falou ao Migalhas sobre o uso do ChatGPT e da inteligência artificial no Direito.
"É preciso ir com cuidado", destacou o ministro, pontuando que devemos olhar criticamente as novidades, aproveitando o que elas têm de bom e descartando o que têm de ruim.
Assista:
Ministro do STJ Villas Boas Cueva também abordou o tema. Ao Migalhas, pontuou a possibilidade de, em um futuro próximo, serem possíveis aplicações concretas de inteligências como o ChatGPT para auxiliarem magistrados. EM sua opinião, tudo depende de uma regulação que impeça o uso abusivo dessas ferramentas.
Confira: