Conselheiro cita Migalhas em sessão: "credibilidade que todos conhecemos"
Stalyn citou notícia sobre o desembargador que disse em sessão que o "Paraná é um Estado que tem nível cultural superior ao Norte e Nordeste".
Da Redação
segunda-feira, 17 de abril de 2023
Atualizado às 15:05
Durante sessão do CFOAB desta segunda-feira, 17, o Conselheiro Federal Stalyn Paniago Pereira, de Mato Grosso, citou notícia do Migalhas ao falar sobre o desembargador que disse em sessão que o "Paraná é um Estado que tem nível cultural superior ao Norte e Nordeste".
A sessão analisa um desagravo e uma representação no CNJ contra o desembargador Mário Helton Jorge, do TJ/PR.
Ao falar sobre a notícia deste veículo, o conselheiro teve a gentileza de mencionar a "credibilidade que todos conhecem", e alguns trechos repugnantes do vídeo que está na matéria da fala do desembargador.
"Há uma demonstração de superioridades e soberba, que afronta aquilo que a Constituição igualou."
O caso
"Paraná é um Estado que tem nível cultural superior ao Norte do país, Nordeste, etc." Assim afirmou o desembargador do TJ/PR Mário Helton Jorge durante sessão da 2ª câmara Criminal da Corte na quinta-feira, 13.
O magistrado citou Lava Jato e Mensalão e falava em "roubalheira generalizada" ao fazer o comparativo. "Aqui no Paraná é uma vergonha."
O caso julgado envolvia a condenação de um prefeito por utilização de serviços públicos em proveito próprio. A defesa pleiteava a suspensão do julgamento da apelação em virtude de recursos pendentes nos tribunais superiores acerca de competência para homologação de ANPP. Ele citou a indignação da juíza sentenciante fala com a usurpação da função pública, e cita a "roubalheira generalizada" no Paraná.
Críticas à advocacia
Logo no início da mesma sessão, o desembargador criticou a advocacia. Disse que "estamos vivendo num mundo de idiotice", e que "ninguém mais estuda"; "o negócio é captar o cliente" e "a sociedade que se lixe".
"A gente estudava livro de ciência, Direito Civil, Processo Civil. Hoje é tudo copia e cola e vai embora, seja o que Deus quiser. E nós aqui temos que enfrentar essas barbaridades todas. Por quê? Ninguém mais estuda. O negócio é captar o cliente e vamos tomar o dinheiro do cliente. (...) Com todas a vênias aos senhores advogados, que estão no Direito de buscar o melhor para o seu cliente, e a sociedade que se lixe."
No início de sua fala, ele criticava o habeas corpus concedido de ofício. "Tem uma decisão publicada hoje que é de um HC de ofício, que é outra imbeci... (...) Você não conhece o HC e de ofício você dá o HC. É uma contradição."
Ao final da mesma sessão, o magistrado protagonizou outro desentendimento com advogado, dizendo que o causídico foi "petulante pra caramba".