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Fábrica de Casamentos: SBT indenizará casal por viagem não realizada

Segundo decisão, o atraso na disponibilização da viagem foi exacerbado e foge do razoável, sendo capaz de gerar angústia e agastamento moral que superam o mero dissabor.

Da Redação

segunda-feira, 27 de março de 2023

Atualizado às 16:15

A 28ª câmara de Direito Privado do TJ/SP manteve condenação do SBT para indenizar casal que participou do programa "Fábrica de Casamentos" e que não recebeu a viagem de lua de mel prometida pela atração.

Para o colegiado, o descumprimento da obrigação de entregar o prêmio, passados quase quatro anos, após várias tentativas de conversa e desgaste psicológico com a inércia demonstrada, acarreta episódio que ultrapassa o limite do aceitável.

Fábrica de Casamentos: noivos processam SBT (Imagem: Discovery)

Fábrica de Casamentos: noivos processam SBT(Imagem: Discovery)

O casal alega que participou da gravação do programa em março de 2018 e foi laureado com uma viagem de lua de mel para Acapulco, no México. Os participantes, então, teriam sido informados pela produtora da atração, a Formata Produções, que a viagem ficaria por responsabilidade da agência de turismo Cinqtours.

O casal, então, acordou com a proposta da empresa de realizar a viagem em março de 2019, fato esse, que nunca ocorreu. Segundo os autores, a Cinqtours teria colocado diversos entraves que impossibilitavam a viagem, mesmo após diversas tentativas extrajudiciais de solucionar o conflito.

Em primeiro grau, o juiz condenou as empresas a pagar, solidariamente, o valor de R$ 16 mil por danos materiais e R$ 10 mil por danos morais, além de juros e correção monetária.

Em recurso, a Cinqtours alegou que a sentença desconsiderou por completo a impossibilidade de viagens por determinação federal em razão da pandemia.

Ao analisar o caso, o relator, Ferreira da Cruz, observou que desde junho de 2018 a empresa deveria ter avisado o casal sobre a exigência de visto americano e não prestou esse esclarecimento porque nada tinha feito ainda, só a resposta demorou quase quatro meses. Ele destacou ainda que não era obrigatória uma conexão nos Estados Unidos.

"Os deveres de cuidado e de colaboração, anexos à boa-fé objetiva, impunham a escolha de uma conexão semreferido entrave, independentemente de eventual diferença no custo das passagens. A agência não pensou duas vezes em postergar por um ano sua obrigação."

Assim, negou provimento ao recurso.

Veja o acórdão.

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