Ministra Delaíde: "Mulheres ainda ganham 30% menos no setor privado"
Ao Migalhas, a ministra destacou entidades como a OAB, que nunca foi dirigida por uma mulher, e a própria Justiça do Trabalho, que teve sua primeira presidente recentemente.
Da Redação
terça-feira, 7 de março de 2023
Atualizado às 09:38
Embora a CF, a OIT e a ONU assegurem trabalhistas iguais para as mulheres, na prática, esse espaço ainda não foi conquistado. É isso o que destaca a ministra Delaíde Miranda Arantes, do TST.
Em entrevista à TV Migalhas, a ministra destacou a disparidade salarial entre gêneros: "as mulheres CEO ainda ganham 50% menos do que os homens; as mulheres, de modo geral, no setor privado, ainda ganham 30% menos".
No setor público, destaca Delaíde, as mulheres, com esforço próprio, hoje são maioria na admissão por concurso. Mas, em função de poder, representam apenas 17%.
"Ainda é uma luta contra a cultura do machismo, da hegemonia masculina, e é isso que nós temos que vencer."
Por fim, a ministra cita a OAB Federal, que, sendo uma das maiores entidades da sociedade civil, nunca teve mulheres na presidência, e a própria Justiça do Trabalho que, com 80 anos, teve recentemente sua primeira presidente, a ministra Maria Cristina Peduzzi.
"É um caminho que estamos percorrendo, uma luta nossa. Mas ainda tem um caminho longo a percorrer."
Assista:
Disparidade salarial
De fato, a luta apontada pela ministra é secular. Mais de cem anos atrás, na campanha presidencial de 1919, Rui Barbosa tratou dos direitos sociais, o que era um tema inovador para a época. Entre eles, ele citou que as mulheres ganhavam menos que os homens, embora trabalhando em idênticos cargos.