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Insolvência

Após queda em 2022, advogada aposta em aumento de recuperações em 2023

Segundo dados do Serasa, pedidos de recuperação em 2022 foram os mais baixos dos últimos oito anos. Mas, para Cinthia de Lamare, o cenário pode ser diferente neste ano.

Da Redação

sábado, 14 de janeiro de 2023

Atualizado em 16 de janeiro de 2023 08:11

O ano de 2022 registrou uma queda de 6,5% no número de recuperações judiciais na comparação com 2021 - foi o que revelou levantamento da Serasa Experian. Ao todo, foram registradas 833 requisições e, apesar de ser responsável pela maior parte dos requerimentos, o setor de serviços foi o que apresentou a maior baixa no período.

Veja as informações no gráfico:

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Ainda de acordo com a pesquisa, o número total de recuperações judiciais realizadas em 2022 foi o menor desde 2015.

  (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Mas o volume de pedidos pode subir em 2023. É o que avalia Cinthia de Lamare (Cescon Barrieu Advogados), advogada da área de reestruturação e insolvência. Ela observa que o volume do ano passado foi considerado baixo, especialmente em um cenário pós-pandemia, com muitas empresas com problemas de liquidez e resultados operacionais apertados.

"O impacto causado pela alta das taxas de juros, tanto no Brasil, como no exterior, além da cautela de bancos e investidores em aportar recursos novos em ativos de maior risco tem prolongado as discussões entre credores e devedores. Essa nova onda de reestruturações de dívidas pode resultar em um incremento do número de pedidos de recuperação judicial em 2023."

A especialista ressalta, ainda, que o mercado vem acompanhando com atenção o desenrolar de renegociações de dívidas de grandes grupos, nacionais e internacionais, bem como quedas de ratings e iniciativas para vendas de ativos.

A especialista explica que os empréstimos tomados a taxas mais baixas nos últimos anos estão sendo renegociados com juros mais elevados e a perspectiva é de manutenção da Selic em patamares ainda altos, o que dificulta o acesso ao crédito. "Neste cenário, é comum que as empresas avaliem opções de desinvestimento e vendas de ativos. Mas, nem sempre um acordo com os credores é simples, especialmente quando o ambiente econômico ainda é mercado por muitas incertezas, até mesmo a curto e médio prazos", destaca.

De acordo com Cinthia, já se nota um aumento na procura por soluções de renegociação que envolvam constituição de garantias, vendas de ativos, entre outros.

"Com as incertezas no ambiente econômico, devedores e credores procuram sempre estruturar um 'Plano B' que lhes permita recorrer ao Judiciário para obtenção de proteção enquanto renegociam com os credores, o que indica uma expectativa de aumento de pedidos de recuperação judicial em relação ao ano passado. Isso porque nem sempre é possível conciliar os interesses de todos e o tempo pode acabar sendo um fator determinante para a empresa em crise."

Evento

No dia 31 de janeiro, Migalhas realizará evento que vai tratar da Lei de Falência e Recuperação na visão das magistradas, bancos e assessores financeiros. O encontro será online, das 9h às 12h30.

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