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Liminar

Qatar Airways terá de pagar psicólogo a modelo vítima de gordofobia

Juliana Nehme diz que foi impedida de viajar "por ser gorda demais".

Da Redação

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Atualizado às 15:41

Em decisão liminar, a juíza de Direito Renata Martins de Carvalho, da 17ª vara Cível de SP, determinou que a companhia aérea Qatar Airways pague tratamento psicológico à Juliana Nehme, modelo plus size que diz ter sido impedida de embarcar em um voo "por ser gorda demais".

O episódio ocorreu no último dia 22 de novembro em Beirute, no Líbano, e repercutiu nas redes sociais.

À época, Juliana relatou em suas redes sociais que estava em uma conexão e foi impedida de embarcar por conta de seu peso.

"A comissária da Qatar disse que não posso embarcar porque sou muito gorda e não tenho direito a essa passagem. [...] Estamos eu, a minha mãe, a minha irmã e o meu sobrinho. Agora, ela simplesmente nega-se a dar as passagens e a deixar-me embarcar no voo para Doha e de lá para São Paulo porque sou gorda. [.] O que é que eu vou fazer?"

Assista ao vídeo:

hasIntagram

A situação só foi solucionada com a intervenção do ministro-chefe da Embaixada, Ibrahim Abdul Hak Net, que agiu junto à presidência da Qatar, e finalmente houve autorização para que Juliana retornasse ao Brasil com o bilhete adquirido na classe econômica.

Depois do ocorrido, a modelo acionou a Justiça e pediu que a companhia aérea fosse obrigada a pagar seu tratamento psicológico.

O pedido foi acolhido liminarmente pela juíza, que verificou presentes os requisitos para a concessão da tutela.

"No laudo unilateral de fls. 69/83, o médico psiquiatra Dr. Luiz Carlos I. Coronel (RQE 21.733) aponta que a coautora Juliana Carolina Lima precisa de suporte psicossocial em decorrência de Transtorno de Estresse Pós-Traumático F 43.1 e, embora trate de laudo elaborado de forma unilateral, a concessão parcial da tutela de urgência se mostra medida razoável e proporcional para assegurar a superação do evento estressante e traumático pela coautora Juliana, bem como, garantir o tratamento psiquiátrico para o transtorno mental e emocional e, assim, evitar o agravamento do distúrbio mental e emocional diagnosticado por profissional especializado."

Assim sendo, determinou que a companhia faça o reembolso do tratamento psicológico de Juliana, consistente em uma sessão semanal de R$ 400, mês a mês, a partir de janeiro/2023.

Veja a decisão.

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