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Tributo

ICMS dos combustíveis: STF homologa acordo entre União, Estados e DF

O acordo foi construído pela comissão especial criada pelo ministro Gilmar Mendes.

Da Redação

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Atualizado em 27 de dezembro de 2022 09:24

Em sessão virtual extraordinária concluída nesta quarta-feira, 14, o plenário do STF, por unanimidade, homologou acordo firmado entre os Estados, o DF e a União acerca do ICMS sobre combustíveis.

Segundo o termo homologado, a União encaminhará ao Congresso Nacional propostas de aperfeiçoamento legislativo da LC 194/22, que passou a considerar essenciais bens e serviços relativos aos combustíveis, e da LC 192/22, que uniformizou as alíquotas do ICMS sobre combustíveis em todo o país.

 (Imagem: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

STF homologa acordo entre União, Estados e DF envolvendo ICMS dos combustíveis.(Imagem: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

Essencialidade

A comissão especial criada pelo ministro Gilmar Mendes no âmbito da ADIn 7.191 e da ADPF 984 fechou os termos do acordo em reunião realizada em 5/12. Entre os pontos acertados está a manutenção da essencialidade do diesel, do gás natural e do gás de cozinha (GLP). Com isso, a alíquota desses itens não pode ser superior à alíquota geral do tributo. Não houve consenso sobre a essencialidade da gasolina.

Convênio

Os representantes dos Estados também concordaram em celebrar, em 30 dias, um convênio no âmbito do Confaz - Conselho Nacional de Política Fazendária para dar tratamento uniforme ao tributo incidente sobre combustíveis, com exceção da gasolina.

Renúncia

Para conferir segurança jurídica aos contribuintes de ICMS sobre combustíveis, os Estados e o DF renunciaram expressamente à possibilidade de cobrar diferenças não pagas pelos contribuintes, pela desconformidade artificialmente criada pela média dos últimos 60 meses. Na mesma medida, não poderão ser levados a restituir eventuais valores cobrados a maior, desde o início dos efeitos da medida legal até 31 de dezembro de 2022.

Energia elétrica

A comissão decidiu instituir grupo de trabalho para discutir, entre outros pontos, a incidência de ICMS sobre as tarifas de uso do sistema de transmissão de energia elétrica (TUST) e dos sistemas elétricos de distribuição (TUSD) e os critérios de apuração da perda de arrecadação do ICMS.

Homologação

Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes propôs a homologação do acordo pela Corte e seu encaminhamento ao TCU e aos presidentes da Câmara e do Senado Federal para os trâmites devidos acerca do aperfeiçoamento legislativo, sem prejuízo de que as medidas administrativas acordadas sejam encaminhadas aos órgãos competentes ou alteradas.

Segurança jurídica

De acordo com a decisão, o acordo político-jurídico realizado nos autos, chancelado pelos entes federativos e homologado pelo Supremo, tem eficácia para todos e efeito vinculante. O objetivo é conferir segurança jurídica a todos os agentes públicos envolvidos no processo de construção do consenso e aos contribuintes em geral.

O relator ressaltou, ainda, que o STF fiscalizará o cumprimento dos termos do acordo, tendo em vista, inclusive, a futura criação do grupo de trabalho pelos próprios entes federativos.

Cooperação institucional

Segundo Gilmar, graças ao esforço de todos os participantes da comissão, foi possível aperfeiçoar um modelo de aproximação, de negociação e de resolução do conflito entre as esferas federal, estadual e distrital.

"A Federação brasileira sai fortalecida e passa a ter mais um exemplo de cooperação institucional entre seus entes integrantes, independentemente da coloração e das vertentes político-partidárias."

Informações: STF.

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