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Trabalhista

TRT-2 valida rescisão indireta por falta de pagamento de horas extras

Magistrada considerou verificada a falta grave da empresa em não cumprir as obrigações do contrato.

Da Redação

domingo, 13 de novembro de 2022

Atualizado às 20:31

A juíza do Trabalho substituta Karoline Souza Alves Dias, da 46ª vara de SP, declarou inválida a dispensa por justa causa de um trabalhador, em razão de suposto abandono de emprego, e reconheceu a dispensa imotivada de iniciativa da empresa. 

O trabalhador postulou na Justiça o reconhecimento de rescisão indireta e consequente pagamento de verbas rescisórias, horas extras, integração de salário por fora e adicional de insalubridade.

Ao analisar o caso, a magistrada salientou que a prova testemunhal comprovou que os cartões de ponto não refletem a real jornada.

"A testemunha ouvida nos autos a rogo do reclamante, prestou depoimento no sentido de confirmar que os cartões de ponto não refletem a jornada de trabalho dos empregados da reclamada que eram obrigados a registrar o término da jornada de trabalho e retornar ao labor."

A juíza ressaltou que o art. 483, d, da CLT, é claro ao dispor que o empregador que descumpre as obrigações do contrato de trabalho - inadimplemento salarial, incluído o pagamento de adicionais legais - incorre em falta grave, a ensejar a rescisão indireta, com o pagamento da indenização respectiva.

"O desrespeito reiterado desse dever configura descumprimento de obrigação contratual pelo empregador. Portanto, a ausência de pagamento regular de salários, assim como a exigência de prestação de horas extras sem a contraprestação correspondente, constitui motivo relevante para justificar a rescisão indireta do contrato de trabalho, com base no art. 483, d, da CLT."

 (Imagem: Freepik)

TRT-2 valida rescisão indireta por ausência de pagamento de horas extras.(Imagem: Freepik)

Dessa forma, verificada a falta grave da empresa (art. 483, inciso d da CLT), em não cumprir as obrigações do contrato, acolheu o pedido de reconhecimento da rescisão indireta.

A magistrada ainda condenou a empresa a pagar as verbas trabalhistas.

O escritório Tadim Neves Advocacia atua no caso.

Veja a decisão.

Tadim Neves Advocacia

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