MPF pede para ministério explicar crimes anunciados por Damares
Em culto, Damares acusou, sem provas, tráfico de crianças na Ilha de Marajó/PA. Procuradores querem saber se o governo tomou medidas e se denunciou o caso.
Da Redação
segunda-feira, 10 de outubro de 2022
Atualizado em 11 de outubro de 2022 09:25
O MPF enviou ofício nesta segunda-feira, 10, à secretária executiva do ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Tatiana Barbosa de Alvarenga, com solicitação de informações sobre supostos crimes contra crianças que a ex-titular do ministério Damares Alves anunciou ter descoberto em visita ao arquipélago do Marajó/PA.
Damares Alves afirmou, durante culto no último sábado, que crianças na Ilha de Marajó/PA são traficadas e têm seus dentes "arrancados pra elas não morderem na hora do sexo oral", além de só comerem "comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal".
Sem apresentar provas, Damares diz que descobriu os abusos "abrindo as gavetas do Ministério".
Membros do MPF no Pará pedem à secretaria-executiva do ministério que apresente os supostos casos descobertos pelo ministério, indicando todos os detalhes que a pasta possua, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
O MPF também pede que o MMFDH informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação ou denúncia ao Ministério Público ou à Polícia.
Anúncio
O anúncio da ex-ministra foi feito no sábado, em discurso em Goiânia/GO. Segundo ela, crianças do Marajó são traficadas para o exterior e são submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais.
Ela afirmou, ainda, que "explodiu o número de estupros de recém-nascidos" e que no MMFDH há imagens de crianças de oito dias de vida sendo estupradas.
Segundo Damares Alves, um vídeo de estupro de crianças é vendido por preços entre R$ 50 e R$ 100 mil.
Informações: MPF.