Moraes nega pedido da PGR e mantém investigação contra bolsonaristas
Empresários ameaçaram um golpe de estado em caso de vitória de Lula nas eleições. Ministro julgou recurso da PGR intempestivo.
Da Redação
sábado, 10 de setembro de 2022
Atualizado às 08:35
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou pedido da PGR e manteve investigação que mira empresários apoiadores de Bolsonaro que ameaçaram um golpe de estado caso Lula vença as eleições. Também permanece o bloqueio de contas dos investigados.
A PGR alegou que foram cometidas "inconstitucionalidades e ilegalidades" na operação. Na decisão, o ministro sequer discutiu o mérito: julgou o recurso intempestivo.
"O agravo regimental interposto pela Procuradoria Geral da República é manifestamente intempestivo, pois foi protocolado somente em 9/9/2022, após 18 dias da intimação, quando já esgotado o prazo de 5 dias previstos no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal."
A operação determinada por Alexandre de Moraes foi aberta no último dia 23, e mirou empresários como Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, do grupo Multiplan; José Koury, dono do shopping Barra World; e Luciano Hang, da rede de lojas Havan.
O pedido de anulação da decisão que determinou buscas contra os empresários foi feito pela vice-procuradora, Lindôra Araújo, nesta sexta-feira, 9.
Ela pediu que todas as medidas cautelares fossem revogadas em razão de suposto constrangimento ilegal.
- Confira o pedido.
As datas relacionadas à investigação já foram tema de discussão entre o MPF e o Supremo. O PGR afirmou ter tomado conhecimento da operação no dia em que foram cumpridas as diligências, mas o ministro divulgou certidões para demonstrar que a Procuradoria havia sido intimada de sua decisão.