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Motivação torpe

Polícia afasta motivação política em assassinato de tesoureiro do PT

Delegada do caso afirmou que o caso parece mais uma questão pessoal entre duas pessoas que discutiram por motivações políticas.

Da Redação

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Atualizado às 18:47

A Polícia Civil do Paraná concluiu que não houve motivação política no assassinato de petista por um apoiador do presidente Bolsonaro. O agente penal Jorge Guaranho foi indiciado na última quinta-feira, 14, pelo assassinato a tiros do guarda municipal Marcelo Aloízio de Arruda, tesoureiro do PT. O crime ocorreu no sábado, 9, em Foz do Iguaçu. 

A delegada do caso, Camila Cecconello, informou que foi imputado ao bolsonarista crime de homicídio duplamente qualificado - por motivo torpe e causar perigo comum. Para ela, não é possível enquadrar o crime como político, pois não há evidências de que o objetivo do assassinato era impedir o exercício dos direitos políticos da vítima. De acordo com Cecconello, parece mais uma questão pessoal entre duas pessoas que discutiram, claro, por motivações políticas.

"Para você enquadrar num crime político, na lei de crimes contra o Estado Democrático de Direito, você tem alguns requisitos, como impedir ou dificultar uma pessoa de exercer seus direitos políticos. Então, é complicado dizer que foi motivado, ou que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir o exercício políticos daquela vítima. A gente analisa que, quando ele chegou ao local, ele não tinha essa intenção de efetuar os disparos, ele tinha a intenção de provocar. "

 (Imagem: Reprodução)

A Polícia Civil do Paraná afastou motivação política no crime. (Imagem: Reprodução)

A Justiça do PR decretou a prisão preventiva de Guaranho na última segunda-feira, 11, sob o entendimento de que o agente penal "coloca em risco a ordem social" e que sua detenção cautelar era essencial para evitar "reiteração criminosa".

Na quarta-feira, 13, o juiz da 3ª vara de Foz do Iguaçu/PR, Gustavo Germano Francisco Arguello, negou pedido para decretar sigilo sobre as investigações do homicídio de Arruda. O pedido partiu de familiares do guarda municipal e teve apoio do Ministério Público, da Polícia Civil e da família de Guaranho.

Mas, para o magistrado, apesar da considerável repercussão do fato investigado e a dor dos familiares causada pela ampla exposição dos elementos probatórios, "não se verifica dano à intimidade capaz de autorizar a aplicação da publicidade restrita ao processo."

O caso

Um policial penal Federal, assumidamente apoiador do presidente Bolsonaro, invadiu uma festa de aniversário de um guarda municipal e líder petista no sábado, 9, em Foz do Iguaçu/PR.

O aniversariante, Marcelo Aloizio de Arruda, fez sua festa com a temática "PT" e "Lula". Os relatos apontam que o bolsonarista passou de carro em frente ao salão de festas gritando xingamentos e frases de apoio a Bolsonaro, e afirmou que voltaria para "matar todo mundo".

De acordo com as testemunhas, o aniversariante, então, foi ao seu carro e pegou uma arma para se defender.

O bolsonarista, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, teria, de fato, retornado, invadido o salão de festas e atirado em Arruda. O petista, já ferido no chão, também o baleou.

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