Moraes sobre morte de petista: "intolerância é inimiga da democracia"
Meio jurídico reagiu a caso de violência eleitoral. "Cabe a líderes políticos darem exemplo de paz", disse presidente da OAB, Beto Simonetti.
Da Redação
segunda-feira, 11 de julho de 2022
Atualizado às 10:15
"A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da Democracia." Assim afirmou o ministro Alexandre de Moraes, que estará à frente da presidência do TSE durante as eleições deste ano.
A fala se deu em reação ao assassinato de um líder petista por um apoiador do presidente Bolsonaro, na madrugada deste domingo, 10. O homem comemorava 50 anos em festa com o tema "PT" quando foi alvejado com tiros.
Para o ministro, a livre escolha dos cidadãos nas urnas é sagrada e deve ser defendida por todas as autoridades no âmbito dos Três Poderes.
OAB
A OAB Nacional também emitiu nota na qual reforça a necessidade de unidade das instituições, inclusive partidos, em torno da civilidade.
"Cabe aos líderes políticos darem exemplos de paz e tolerância para que o ambiente eleitoral seja pacífico, alinhado aos pilares da democracia e nos conduza às soluções de que a sociedade precisa", diz a nota, assinada por Beto Simonetti, presidente nacional da Ordem.
A seccional da Ordem no Paraná também repudiou a violência motivada por divergências políticas, e reforçou que divergências políticas devem ser resolvidas com diálogo, nunca com violência.
Leia a íntegra:
A OAB sempre repudiou toda forma de violência. Quando a violência nasce de divergências políticas, a preocupação institucional é ainda maior. Divergências políticas devem ser resolvidas com diálogo e marcos próprios da democracia, nunca com violência. O crime cometido em Foz do Iguaçu, amplamente divulgado pela imprensa na data de hoje, se confirmadas as motivações políticas, causa máximo repúdio e extrema preocupação.
A História demonstra que quem vê um eventual adversário político como um inimigo a ser extirpado, promove a violência. É preciso resgatar o diálogo democrático. A intransigência e o radicalismo político não podem ameaçar o convívio harmônico entre as diferentes correntes políticas.
Não faz muito tempo, fomos às ruas contra a guerra na Ucrânia. Repudiamos a forma violenta de resolver um conflito internacional. É algo que não faz sentido no atual patamar civilizatório. Com mais razão, defendemos que nossas disputas políticas internas não podem ser resolvidas com insana violência.
A OAB Paraná conclama a todos: serenidade! Unidos e sem preconceitos, sejamos guardiães da Paz. Para que a intransigência e o radicalismo político não ameacem o convívio harmônico entre as pessoas, é urgente estabelecer um diálogo democrático entre todos os atores políticos. Esperam-se atitudes equilibradas no propósito de garantir respeito à pluralidade de pensamentos.
Numa Democracia, cada cidadão e cidadã tem o direito de obter das Instituições a proteção de seus bens fundamentais: a vida, a segurança, a integridade e também suas liberdades. E também desfruta da liberdade para ser protagonista na defesa de uma sociedade pacífica, sem ódios ou destempero.
A OAB Paraná defende os ideais de justiça e cidadania para assegurar a plenitude dos direitos humanos fundamentais e garantir o exercício da plena cidadania. Espera que as autoridades atuem genuinamente de modo a prevenir a escalada de violência política e de ódio, que podem abrir uma enorme ferida na sociedade brasileira.
Sempre com respeito às divergências. Sempre na paz. Sempre contra a violência.