Advogada avalia que Judiciário é reprodutor de desigualdades profundas
Priscila Pamela ainda alertou que as mulheres, geralmente, são chamadas a eventos para falar sobre mulheres, o que, segundo ela, não é mais aceitável.
Da Redação
quarta-feira, 29 de junho de 2022
Atualizado às 09:19
Em entrevista à TV Migalhas no X Fórum Jurídico de Lisboa, a criminalista Priscila Pamela Santos analisou que o Judiciário ainda é reprodutor de desigualdades muito profundas de gênero. Para ela, a área jurídica ainda está muito distante de uma visão paritária.
"Estamos completamente alijados disso, não só no discurso, mas também na prática. O Judiciário é um reprodutor muito sério, que reproduz violações gravíssimas nessa esfera. Ele é cruel, é machista."
A advogada ainda alertou que as mulheres, geralmente, são chamadas a eventos para falar sobre mulheres.
"O comprometimento de instituições acadêmicas com o Direito, que é democrático, é a inclusão de mulheres. Mulher ser chamado para falar somente sobre mulher não é mais aceitável. Precisamos ter mesas paritárias em igualdade de raça e gênero."
O evento
De 27 a 29 de junho de 2022 será realizado, em Portugal, o X Fórum Jurídico de Lisboa. Em sua décima edição, o evento tem como mote "Governance da Ordem Jurídica em Transformação". Também estarão em debate temas como liberdades individuais, crise da democracia na geopolítica global, transformações econômicas, meio ambiente, novas tecnologias e desafios do Estado regulador. O objetivo é promover o diálogo entre Brasil e Portugal a partir de uma perspectiva de governança em contínua transformação. O Congresso é realizado pelo IDP, pelo Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito de Lisboa e pela FGV.
