Médico que não cumpriu plantões é demitido e terá de devolver valores
O profissional lançou em seus relatórios a realização de plantões médicos sem ter efetivamente realizado a prestação de tais serviços.
Da Redação
sábado, 4 de junho de 2022
Atualizado às 10:48
O município de São Miguel do Oeste, no extremo oeste de SC, deve ser ressarcido em R$ 286.009,44, mais correção monetária. O valor é decorrente da conduta de um médico que recebeu remuneração dos cofres da municipalidade mesmo sem a efetiva prestação de serviços em plantões. A decisão é da 2ª vara Cível da comarca local.
De acordo com a inicial, os valores recebidos indevidamente correspondem ao período entre outubro de 2014 e abril de 2019. Trata-se de horas de plantão que não foram efetivamente prestadas ou não se enquadravam na categoria de plantão médico.
A lei municipal 6.837/13 e o decreto municipal 7.724/13, que regulamentam o horário de trabalho dos servidores da UPA, determina que não há previsão de remuneração por plantões médicos em períodos de trabalho inferiores a 12 horas, de segunda a sexta-feira.
No entanto, o réu lançou em seus relatórios a realização de plantões médicos sem ter efetivamente realizado a prestação de tais serviços. Diante da conduta, o servidor público foi punido com demissão do cargo.
A juíza Catherine Recouvreux, na decisão, destacou que "o regramento, ao que se observa, desde a instalação da Unidade não era observado pelos servidores da UPA, ainda que com atribuições de direção e chefia, como no caso do réu".
"Por mais que fosse dever funcional do requerido ser sabedor da legislação aplicável, decorrente da ocupação do cargo de diretor técnico médico à época, sob esse prisma, no máximo estaríamos falando de uma atitude culposa por parte do réu, consubstanciada na negligência e imperícia sobre os deveres inerentes ao cargo."
- Processo: 5003641-60.2020.8.24.0067
Informações: TJ/SC.