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Escândalo na Justiça dos EUA envolve Casa Branca

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Da Redação

quarta-feira, 14 de março de 2007

Atualizado às 08:58


Revelação

Escândalo na Justiça dos EUA envolve Casa Branca

No mais novo escândalo a atingir o governo de George W. Bush, funcionários do governo americano disseram aos principais jornais dos Estados Unidos que a Casa Branca esteve profundamente envolvida na decisão, tomada no final do ano passado, de demitir procuradores federais, incluindo alguns que foram criticados por parlamentares republicanos.

A revelação levou a oposição democrata, que controla o Congresso desde a eleição legislativa de novembro passado, a aumentar as pressões pela demissão do secretário da Justiça, Alberto Gonzales, ao qual os demitidos eram subordinados.

Os democratas intimaram Bush a esclarecer como seu governo trata a independência da Justiça. "O presidente deve esclarecer seu papel nesse episódio", declarou o senador Charles Schumer.

Gonzales já era alvo dos oposicionistas por causa das revelações de que o FBI, a polícia federal americana, abusou da legislação antiterror para espionar cidadãos do país.

O secretário também é um dos autores do famoso "memorando da tortura", segundo o qual, na "guerra ao terror", os EUA não estariam obrigados a seguir convenções internacionais contra o tratamento desumano de prisioneiros.

Gonzales admitiu ontem "que erros foram cometidos" no caso da demissão de procuradores, mas disse que não renunciará.

Segundo a porta-voz da Casa Branca Dana Merino, a demissão dos procuradores foi decidida em outubro passado, quando Bush conversou com Gonzales para transmitir a ele a preocupação de alguns republicanos, para os quais os procuradores não estavam agindo com rigor suficiente no combate à fraude eleitoral. O senador republicano Pete Domenici, do Novo México, teria sido um dos políticos que se queixou diretamente a Bush.

De acordo com a porta-voz, o presidente não pediu o afastamento de nenhum procurador específico. Mas Perino admitiu que a Casa Branca consultou o Departamento de Justiça para redigir a lista de procuradores federais que seriam afastados.

Algumas semanas após as observações feitas pelo presidente ao secretário de Justiça, o Departamento de Justiça afastou sete procuradores.

O papel do presidente e de seus assessores no caso deve intensificar os chamados feitos pelo Congresso para que o assunto seja investigado.

Entre os envolvidos, estaria Karl Rove, assessor especial de Bush, que já em 2005 teria falado com Gonzales sobre o caso de um procurador do Estado do Novo México, David C. Iglesias, acusado pelos republicanos locais de não ter indiciado democratas numa investigação de fraude eleitoral.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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