Insulto sobre careca configura assédio sexual, decide tribunal inglês
Juízes decidiram a favor de trabalhador, ofendido por aparência física.
Da Redação
domingo, 15 de maio de 2022
Atualizado às 11:57
Um Tribunal do Reino Unido proferiu uma decisão inusitada: considerou que um trabalhador que foi chamado de careca por seu supervisor sofreu assédio sexual. A decisão foi publicada por jornais ingleses na quinta-feira, 12.
O caso aconteceu em Sheffield, na Inglaterra, e envolveu um eletricista que trabalhou por mais de 20 anos na empresa. Depois de ser demitido, ele processou a empresa alegando, entre outras coisas, que havia sido vítima de assédio sexual por parte de seu supervisor por falas sobre sua calvície.
Segundo o jornal The Telegraph, para os três juízes trabalhistas do caso, que são calvos, os comentários do supervisor sobre a aparência do empregado passaram do limite.
Segundo a publicação, os magistrados concluíram que "a perda de cabelo é muito mais prevalente entre os homens do que entre as mulheres, então usá-lo para descrever alguém é uma forma de discriminação".
Para eles, "há uma conexão entre a palavra 'careca', por um lado, e a características relativas ao sexo, por outro". "Nós achamos que está inerentemente relacionado ao sexo."
Liderado pelo juiz Jonathan Brain, o painel de juízes usou como comparação um caso de 1995 onde uma mulher foi alvo de comentários sobre o tamanho dos seios por seu chefe, sendo discriminada sexualmente.
O tribunal entendeu que os comentários foram feitos para atacar o ex-empregado com base em sua aparência e condição que é encontrada entre os homens, majoritariamente, por isso a conclusão sobre o assédio.