Resultado do sorteio da obra "Juristas Filósofos"
No pensamento do autor, o livro é inteiriço, e sem pretender historiar a evolução da ideia do direito em uma dada época ou sob uma de suas formas.
Da Redação
quarta-feira, 18 de maio de 2022
Atualizado às 08:58
A obra "Juristas Filósofos" (Editora Pillares - 216 p.), de Clóvis Beviláqua, retrata os grandes baluartes da filosofia do Direito no mundo desde a Roma e Grécia antiga.
Não se ocupa este livro especialmente de todos os juristas filósofos, isto é, de todos aqueles homens do direito que, do terreno médio da ciência prática, do conhecimento das leis e dos princípios que fazem mover-se a mecânica do direito, elevaram-se às generalizações superiores que unificam os grupos particulares de fenômenos da mesma ordem e os prendem, depois, ao conjunto cósmico.
Nem foi intenção do autor escrever uma história da filosofia jurídica.
O autor destacou alguns nomes típicos, representativos de uma forma nova do pensamento jurídico, quando não credores de uma fase nova da ciência.
No pensamento do autor, o livro é inteiriço, e sem pretender historiar a evolução da ideia do direito em uma dada época ou sob uma de suas formas, aponta as suas origens obscuras, indica a marcha em traços rápidos, para acentuar a feição científica.
Em Cícero representa a junção da jurisprudência romana com a filosofia grega, do elemento dogmático do saber com o elemento especulativo.
Em Montesquieu, que muitos franceses colocam sempre no grêmio dos filósofos, e os alemães revestem de preferência com a toga de jurisconsulto, quis eu salientar a aplicação de um novo método ao estudo do direito.
Rudolf von Jhering e Hermann Post retratam as duas principais feições científicas da jurisprudência contemporânea.
Tobias Barretto e Sylvio Roméro refletem-nas entre nós, dando-lhes a cor e a forma que mais se adaptam com a índole e a educação filosófica de cada um, cerceando ou acrescentando-lhes alguns traços, segundo o acordo ou dissenso em que se acham com aqueles mestres de doutrina copiosa e profunda.
Estes ensaios de literatura jurídica mostram o pensamento do autor em sua totalidade, nenhuma importância tem para o mérito intrínseco da obra.
Se os diversos esboços crítico-expositivos que a compõem nada valem por si, nenhuma virtude nova encontrarão no fato de se acharem sistematicamente unidos.
Sobre o autor:
Clóvis Beviláqua (1859-1944) foi um jurista, legislador, professor e historiador brasileiro. Foi o autor do projeto do primeiro Código Civil Brasileiro, de 1900. Foi consultor Jurídico do Ministério das Relações Exteriores, durante vinte e oito anos. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupou a cadeira n.º 14.
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Ganhador:
- Thiago Linguanoto Silveira, de Curitiba/PR.