Conselho de Ética da Alesp aprova cassação de Arthur do Val
Em março, Arthur do Val proferiu uma série de falas misóginas e disse que mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres. Agora, o plenário da Casa precisa avaliar a decisão.
Da Redação
terça-feira, 12 de abril de 2022
Atualizado às 18:59
Nesta terça-feira, 12, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp aprovou a cassação de Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei". Por unanimidade, foi aprovada a medida disciplinar de perda de mandato do deputado por quebra de decoro parlamentar. Agora, o plenário da Casa precisa avaliar a decisão.
O Conselho analisou áudios tornados públicos na internet, em que Arthur do Val proferiu uma série de falas misóginas e disse que mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres.
"São fáceis porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas 'minas', em dois grupos de 'mina'. É inacreditável a facilidade."
Relembre
No mês passado, o deputado esteve na Ucrânia após arrecadar doações para ajudar refugiados após a invasão russa ao país. No áudio, ele diz que, na fila de refugiadas, só tem "deusa".
"Sem noção, inacreditável, é um bagulho fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui. [...] "Passei agora quatro barreiras alfandegárias, duas casinhas pra cada país. Eu contei, são doze policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram 'minas' que você se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá".
Ele confirmou que as declarações são suas e disse que foram feitas em grupo privado. Ele também pediu desculpas e disse que cometeu erro.
Posteriormente, em nota publicada nas redes sociais, a OAB/SP, por meio de sua diretoria e pelas comissões da Mulher Advogada, de Direitos Humanos e de Diversidade Sexual e de Gênero, repudiou a declaração do deputado estadual. "Trata-se de demonstração revoltante de opressão de gênero e que merece resposta imediata", diz trecho da nota.