TJ/SP: É válida assinatura sem certificação da ICP-Brasil
O colegiado analisou um caso e concluiu que não existem elementos que coloquem em dúvida a autenticidade da assinatura digital analisada.
Da Redação
terça-feira, 12 de abril de 2022
Atualizado às 15:53
A 24ª câmara de Direito Privado do TJ/SP considerou válida uma assinatura que não foi certificada por autoridade credenciada à ICP-Brasil. Para o colegiado, não existem elementos que coloquem em dúvida a autenticidade da assinatura digital.
Trata-se de execução de título extrajudicial fundada em Cédula de Crédito Bancário, a qual foi assinada digitalmente por um banco, pelos dois avalistas e por duas testemunhas.
Na Justiça, o banco procurou demonstrar a validade das assinaturas que, conquanto não tivessem sido certificados por autoridade credenciada à ICP-Brasil, também eram válidas, "dada a inexistência de qualquer termo ou disposição que retirasse ou restringisse a validade de uso de outras formas de assinatura eletrônica".
O juízo de 1º grau não vislumbrou a existência de título executivo extrajudicial e reconheceu a invalidade da cláusula de eleição de foro.
Assinatura válida
Ao apreciar o caso, o desembargador Plinio Novaes de Andrade Júnior deu razão ao banco. O magistrado reconheceu que a assinatura eletrônica da Cédula de Crédito Bancário não foi certificada pela ICP-Brasil; no entanto, "há informações acerca da sua origem (endereço IP, data e horário) e do seu signatário (nome completo e CPF)".
Para o desembargador, não existem elementos que, a priori, coloquem em dúvida a autenticidade da assinatura digital, "não havendo motivo para considerá-la inválida". O julgador ponderou que a MP 2200-2/01 (que regulamenta a emissão dos documentos eletrônicos), não obsta a utilização de outro meio de comprovação da autoria e integridade de documentos em forma eletrônica, "inclusive os que utilizem certificados não emitidos pela ICP-Brasil, desde que admitido pelas partes como válido ou aceito pela pessoa a quem for oposto o documento".
Seguindo o voto do relator da matéria, a 24ª câmara de Direito Privado do TJ/SP considerou válida a cláusula de eleição pactuada na referida cambial.
O advogado Marcos de Rezende Andrade Junior (Rezende Andrade e Lainetti Advogados) defendeu o banco.
- Processo: 2251832-25.2021.8.26.0000
Leia a decisão.
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