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Parece que o jogo virou

Moro, que ironizou defesa de Lula, agora amarga derrota de Dallagnol

Ontem, o STJ condenou o ex-procurador a pagar R$ 75 mil ao petista.

Da Redação

quarta-feira, 23 de março de 2022

Atualizado às 10:54

Sergio Moro é a prova viva que o mundo dá voltas. Em 2016, o ex-juiz ironizou a defesa de Lula, patrocinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, dizendo que eles "entravam com queixa-crime e pedidos de indenização contra todo mundo". O agastamento aconteceu um dia depois do petista ter protocolado uma ação contra Deltan Dallagnol pelo caso do PowerPoint.

Agora, seis anos depois, o STJ condenou o ex-procurador a pagar indenização de R$ 75 mil a Lula. Moro comentou o assunto no Twitter e disse que a decisão é um absurdo, que o "país está doente" e que querem "transformar o certo em errado e o errado em certo".


A cronologia da treta

Em 2016, Dallagnol apresentou um PowerPoint para explicar o teor da primeira denúncia contra Lula, envolvendo o tríplex do Guarujá/SP.

No dia 15 de dezembro daquele ano, o petista acionou a Justiça de SP pedindo indenização pelos danos morais sofridos. Lula alegou que Dallagnol teria agido de forma abusiva e ilegal em rede nacional ao utilizar demonstração gráfica para apontá-lo como personagem de esquema de corrupção.

No dia seguinte, 16 de dezembro, houve um agastamento entre o ex-juiz Sergio Moro e o advogado de Lula, Cristiano Zanin. "A defesa entra contra todo mundo, com queixa-crime, indenização...", disse Moro. Assista ao vídeo:

Um ano mais tarde, o pedido de Lula contra o procurador foi julgado improcedente pelo juízo da 5ª vara Cível de São Bernardo do Campo.

Em setembro de 2018, o petista recorreu ao TJ/SP, onde perdeu novamente.

Já em outubro de 2019, o caso foi parar no STJ e o ministro Luís Felipe Salomão admitiu um recurso especial apresentado pela defesa de Lula.

Ontem, a 4ª turma acolheu o pedido do ex-presidente e condenou Dallagnol ao pagamento de R$ 75 mil. Para a maioria do colegiado, com pretexto de informar denúncia, o procurador utilizou-se de expressões e qualificações desabonadoras da honra e da imagem e não técnicas.

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

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