Toffoli: "Quem imaginava viver para ouvir que a terra é plana?"
Na sessão do STF de hoje, Toffoli criticou a "desconfiança permanente" e a "intolerância" de indivíduos que acreditam em suas próprias verdades e fatos, ainda que totalmente dissociados de qualquer base factual ou empírica.
Da Redação
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
Atualizado às 18:55
Nesta quinta-feira, 17, durante julgamento no STF sobre propaganda eleitoral, o ministro Dias Toffoli criticou movimentos atuais que colocam fatos e verdades em xeque. Como exemplo, o ministro citou a onda das manifestações terraplanistas: "Quem aqui, entre nós, imaginava viver para ouvir que a terra é plana?". Em seguida, o ministro criticou a resistência à vacina: "não é folclore, é trágico, é criminoso".
Assista ao vídeo:
- Desinformação
Para o ministro, o dano colateral mais significativo da desinformação é a falta de uma base factual comum a partir do qual os cidadãos possam dialogar. Na avaliação de Toffoli, a sociedade está perdendo a verdade factual. Acerca da importância da informação e de fundamentos verdadeiros, Toffoli citou citou os ministros da própria Corte: mesmo com posicionamentos divergentes, os ministros têm a mesma base factual.
"Nós 11 muitas vezes divergimos e apontamos caminhos diversos, às vezes, inclusive, como em alguns casos, com duas, três ou quatro soluções possíveis entre 11 cabeças. Mas nós partimos de uma base factual consensual."
Toffoli asseverou que a desconfiança permanente e a intolerância levam indivíduos a estarem em zonas de conforto em que acreditam ter direito as suas próprias verdades e fatos. Para o ministro, não se trata de ter suas próprias opiniões, mas, sim, do direito de escolher os próprios fatos, ainda que totalmente dissociados de qualquer base factual ou empírica.
