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Caso Kiss

Júri da boate Kiss chega ao nono dia; discussões repercutem na web

Julgamento, que é transmitido ao vivo, tem cenas dramáticas de discussões entre os participantes.

Da Redação

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Atualizado às 12:36

Há nove dias o TJ/RS realiza a transmissão ao vivo do júri popular sobre a tragédia envolvendo o incêndio na Boate Kiss, que ocorreu em janeiro de 2013.

A possibilidade de acesso da população às questões jurídicas e debates acabou gerando grande repercussão de trechos do julgamento na internet. De fato, juiz, advogados, Ministério Público e até depoentes protagonizaram agastamentos.

Assista a trechos marcantes:

Era sabido que o julgamento seria longo, com a realização de 29 arguições, seguidas dos interrogatórios dos quatro réus e, por último, os debates, quando defesa e acusação apresentam suas teses aos jurados.

Nesta quarta-feira, 8, foi realizado o interrogatório do primeiro réu, Elissandro Callegaro Spohr, ou Kiko Spohr, que chorou muito durante a arguição. "Perdi amigos, funcionários. Por que eu ia fazer isso? Querem me prender, me prendam. Eu não aguento mais!"

Assista a trecho:

O momento mais importante do júri deverá ser o dos debates. Acompanhe no site Migalhas e nas redes sociais (@portalmigalhas).

O caso

Em 27 de janeiro de 2013 a Boate Kiss, em Santa Maria, sediou a festa universitária denominada "Agromerados". No palco, se apresentava a Banda Gurizada Fandangueira, quando um dos integrantes disparou um artefato pirotécnico, atingindo parte do teto do prédio, que pegou fogo. O incêndio, que se alastrou rapidamente, causou a morte de 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos.

O Ministério Público é o autor da ação penal. Inicialmente, aos quatro foi imputada a prática de homicídios e tentativas de homicídios, praticados com dolo eventual, qualificados por fogo, asfixia e torpeza. No entanto, as qualificadoras foram afastadas e eles respondem por homicídio simples (242 vezes consumado e 636 vezes tentado).

De acordo com o MP, foi utilizado fogo de artifício identificado como "Chuva de Prata 6" (indicado para uso externo), cujas centelhas entraram em contato com a espuma altamente inflamável que revestia parcialmente paredes e teto, desencadeando fogo e emissão de gases tóxicos, que foram inalados pelas vítimas, as quais não conseguiram sair do prédio a tempo em razão das péssimas condições de segurança e evacuação do local, acabando intoxicadas pela fumaça.

Há quatro réus: Elissandro Callegaro Spohr (sócio da boate), Mauro Londero Hoffmann (sócio da boate), Marcelo de Jesus dos Santos (músico) e Luciano Augusto Bonilha Leão (produtor musical).

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