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CPI da Covid

Alexandre de Moraes atende a CPI e abre inquérito contra Bolsonaro

Ministro atendeu a pedido da CPI, que destacou que o presidente foi autor de declarações que minimizaram a pandemia.

Da Redação

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Atualizado em 6 de dezembro de 2021 12:35

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a abertura de inquérito para apurar crimes apontados no relatório final da CPI da Covid contra o presidente Jair Bolsonaro. O ministro ainda determinou que a PGR se manifeste sobre a suspensão das redes sociais do presidente. Decisão ainda destaca que o presidente associou a vacinação contra a covid-19 com a contração da Aids.

 (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

Presidente relacionou vacina a HIV.(Imagem: Isac Nóbrega/PR)

Com a conclusão dos trabalhos, a CPI sugeriu o indiciamento do presidente pela prática de crimes comuns (epidemia com resultado morte, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documento particular, emprego irregular de verbas públicas e prevaricação), crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo) e crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos.

Para Moraes, não há dúvidas de que as condutas noticiadas do presidente da República, no sentido de propagação de notícias fraudulentas acerca da vacinação contra o covid-19, utilizam-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, revelando-se imprescindível a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, "especialmente diante da existência de uma organização criminosa - identificada no Inq 4.781".

O ministro salientou que não basta ao órgão ministerial que atua perante a Corte, no caso, a PGR, a mera alegação de que os fatos já estão sendo apurados internamente.

"Para que a supervisão judicial ocorra de modo efetivo e abrangente - inclusive em relação à futuro arquivamento e incidência do artigo 18 do CPP - é indispensável que sejam informados e apresentados no âmbito do procedimento que aqui tramita, documentos que apontem em quais circunstâncias as investigações estão sendo conduzidas, com a indicação das apurações preliminares e eventuais diligências que já foram e serão realizadas. Apenas dessa forma é possível ter uma noção abrangente e atualizada dos rumos dessa fase da persecução criminal."

Segundo o ministro, em que pese o direcionamento interno que a PGR conferiu aos fatos, é indispensável - visando o efetivo exercício do controle judicial, nos termos da fundamentação acima - que toda e qualquer medida relacionada às investigações que dela decorrem sejam devidamente formalizadas nos autos que tramitam na Suprema Corte.

Diante disso, determinou a instauração de inquérito, para investigação do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e o levantamento do sigilo dos autos e vista dos autos à PGR para manifestação quanto ao requerimento de suspensão imediata de acesso do presidente às redes sociais.

  • Processo: Pet 10.007

Veja a decisão.

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