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Outubro Rosa | Câncer de mama

Câncer de mama: Presidente do TRT-4 conta história de superação

No mês do Outubro Rosa, Migalhas conversou com magistradas que enfrentaram o câncer de mama e, hoje, estão curadas. Os relatos salientam a importância do diagnóstico precoce da doença.

Da Redação

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Atualizado às 14:29

Se exercer a presidência de um Tribunal é desafiador por si só, imagine, então, realizar essa tarefa sob o diagnóstico de um câncer - foi isso o que vivenciou a desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez, chefe do TRT da 4ª região, ao saber que teria de enfrentar o câncer de mama, logo no início da pandemia. 

Carmen é uma das centenas de milhares de mulheres que encarou a doença e, hoje, felizmente, tem uma história de superação para inspirar a todos.

A descoberta

Ao Migalhas, a magistrada conta que a descoberta do câncer de mama aconteceu de forma discreta, no meio de sua rotina. Foi em março de 2020, no início da pandemia, que no banho a desembargadora percebeu que tinha algo de diferente em sua mama esquerda: "isso não estava aqui", relatou.

Inicialmente, a magistrada deixou passar - "achei que não fosse nada" - e esperou dois meses para buscar a sua ginecologista. Foi, então, que, após exames de urgência, o diagnóstico foi confirmado: era, sim, câncer de mama.

"Fui em uma quarta na minha gineco e na segunda eu já tinha o resultado do exame."

Susto. Foi essa a palavra que a magistrada usou para descrever o que sentiu quando leu o resultado do exame.

No Tribunal, e agora?

Carmen Izabel Centena Gonzalez optou por não contar a ninguém o diagnóstico do câncer de mama. Exceto sua filha e o secretário geral da presidência do Tribunal, ninguém mais sabia pelo que a desembargadora estava passando.

"Eu fiz isso porque entendi que, tendo sido recentemente eleita, iniciando a minha gestão, em plena pandemia, que não seria bom para o Tribunal, e nem para mim, a informação dessa notícia."

Por conta da pandemia, a presidente do TRT-4 não precisou estar presente no Tribunal, o que, para ela, facilitou sobremaneira a trajetória no tratamento. Carmen fez a quimioterapia trabalhando, sem licença médica, e sem informar as demais pessoas.

"As que eu contei, naquele momento, foram poucas, mas muito importantes."

Carmen Izabel Centena Gonzalez conta que a quimioterapia foi muito exitosa, mas ainda teve de passar por uma cirurgia para retirar o que tivesse sobrado do câncer. Posteriormente, tiveram início as sessões de radioterapia.

"Estou curada"

A desembargadora contou que, em junho de 2019, todos os seus exames estavam ótimos, sem nenhum problema, mas que, menos de um ano depois, foi diagnosticada com câncer. Por isso, de acordo com a presidente do TRT-4, é tão importante fazer exames periódicos.

Quando convidamos a presidente do TRT-4 a dar um recado para as pessoas, após sua trajetória com o câncer, Carmen Izabel afirmou:

"Conheçam o seu corpo. Se toquem. Nós sabemos quando temos alguma coisa diferente."

Com um sorriso no rosto, Carmen Izabel Centena Gonzalez finalizou: "estou curada, meu cabelo está aqui oh, lindo e forte, e a sobrancelha voltou".

"Tem que enfrentar. Com coragem e, se possível, com algum bom humor."

Mais um relato: momento de reflexão

Quem também enfrentou o câncer de mama foi a juíza do Trabalho Carolina Santos Costa. Em 2016, no banho, a magistrada encontrou um nódulo em sua mama: "foi uma bomba que caiu no meu colo", relembrou a juíza que, naquela época, tinha 36 anos e duas filhas pequenas

"É um diagnóstico que te faz perder o chão."

Profissionalmente, Carolina Santos Costa conta que foi muito difícil: "estava em um momento de cuidar de mim, mas também em cuidar dos outros". Ela teve de se afastar do trabalho.

"Foi um momento muito importante para mim. Pude rever muita coisa na minha vida. Retomar situações, firmar compromissos comigo mesma, de condutas que eu tomaria dali pra frente."

O diagnóstico do câncer de mama e o tratamento foram momentos de intensa reflexão para Carolina Santos Costa: "aprendi a dizer muito mais 'não' do que eu já dizia. Fazer exatamente o que eu gostaria de fazer. Estar com quem eu gostaria de estar."

"Foquei realmente em mim."

A juíza também deixou um recado, especialmente para as mulheres que estão passando pelo tratamento: "esse momento passa e ele nos deixa mais fortes ainda para seguir a vida, para rever a vida, para dar valor ao que a gente tem".

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